Estudo aponta aumento de bebês entre os usuários de internet no Brasil

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A análise, realizada a partir das bases de dados das pesquisas TIC Domicílios e TIC Kids Online Brasil referentes ao período de 2015 a 2024, revela que a proporção de usuários de Internet saltou de 9% para 44% na faixa etária de 0 a 2 anos; de 26% para 71% na de 3 a 5 anos e de 41% para 82% na de 6 a 8 anos, na comparação entre 2015 e 2024.

No recorte sobre posse de celular, foi identificada uma diferença entre o período anterior e posterior ao início da pandemia da COVID-19. Os números ficaram estáveis de 2015 a 2019, cresceram em 2021 e voltaram a se estabilizar em patamar mais elevado até 2024. As variações mais significativas foram verificadas nas faixas de 3 a 5 anos, com aumento de 7 pontos percentuais (passou de 12% em 2019 para 19% em 2021), e na de 6 a 8 anos, com elevação de 11 pontos percentuais (de 22% em 2019 para 33% em 2021).

Considerando a série histórica, a proporção de crianças que possuíam celular próprio subiu entre 2015 e 2024 de 3% para 5% na faixa de 0 a 2 anos; de 6% para 20% na de 3 a 5 anos e de 18% para 36% na de 6 a 8 anos.

O cálculo dos novos indicadores foi possível a partir de 2024, quando o Cetic.br aprimorou a metodologia de ponderação das pesquisas TIC Domicílios e TIC Kids Online Brasil, permitindo estimar os resultados de todos os moradores dos domicílios visitados, e não apenas dos indivíduos que foram entrevistados. Isso permitiu analisar, pela primeira vez, as informações referentes à população de 0 a 8 anos que foram fornecidas por um adulto morador do mesmo domicílio que a criança.

Disparidades entre classes sociais

A exemplo do que ocorre com a população de maneira geral, o uso de tecnologias digitais por brasileiros de 0 a 8 anos também varia conforme condicionantes socioeconômicas. Segundo a análise feita pelo Cetic.br, entre as crianças de domicílios de classes AB, 45% daquelas com idades de 0 a 2 anos, 90% das de 3 a 5 anos e 97% das de 6 a 8 anos foram usuárias da Internet em 2024. Na classe C, as porcentagens foram de 47%, 77% e 88%, respectivamente. Já entre as de classes DE, os mesmos indicadores alcançaram 40%, 60% e 69%, respectivamente.

Também é possível verificar diferenças relevantes em relação à posse de celular. Na faixa de 0 a 2 anos, as proporções das crianças que têm o dispositivo são: 11% (classes AB), 5% (classe C) e 4% (classes DE). Na faixa de 3 a 5 anos: 26% (classes AB), 24% (classe C) e 13% (classes DE). Na de 6 a 8 anos: 40% (classes AB), 42% (classe C) e 27% (classes DE).

Computador

Os dados produzidos pelo Cetic.br também incluem o uso de computador (desktop, notebook ou tablet) pela população de 0 a 8 anos. Na contramão do que vem ocorrendo com o telefone celular, o cenário é de redução do uso do dispositivo. Em 2015, 26% das crianças de 3 a 5 anos e 39% das de 6 a 8 anos utilizavam esse tipo de equipamento. Em 2024, as proporções diminuíram para 17% e 26%, respectivamente – o que pode estar associado à queda contínua da presença do computador nos domicílios em território nacional, como evidenciado na série histórica da pesquisa TIC Domicílios.

Crianças que vivem em residências com computador tendem a utilizá-lo mais do que as que moram em domicílios sem o equipamento. Em 2024, na faixa de 3 a 5 anos, as porcentagens de uso foram de 5% para aquelas que não contam com o dispositivo em casa e de 44% para as que o têm. Na faixa de 6 a 8 anos, as proporções foram 13% e 51% e nas de 0 a 2, de 1% e 29%, respectivamente.

O gerente do Cetic.br|NIC.br salienta que os indicadores levantados são um primeiro passo para a compreensão da utilização de tecnologias digitais por crianças de 0 a 8 anos. “Os dados nos permitem um primeiro olhar sobre o tema, mas ainda precisamos de pesquisas complementares, que possam qualificar o tipo de uso em relação à frequência para cada faixa etária. Também é fundamental compreender quais os conteúdos acessados e as práticas de mediação dos responsáveis para o uso da Internet pelas crianças”, afirma.

Fonte: Tiinside.com

Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano militar e ex-integrante de unidades especiais, com sólida atuação na cobertura de atividades das Forças Armadas brasileiras. Possui formação complementar em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares, realizados pelo Exército Brasileiro em diferentes biomas, além de capacitações no COPPAZNAV (Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltadas à cobertura em áreas de conflito. Atualmente aplica seus conhecimentos técnicos na produção de conteúdos jornalísticos realistas e acessíveis sobre o ambiente operacional das tropas, contribuindo para a valorização e compreensão da importância das Forças Armadas pelo público civil. Em 2011, deixou os registros de lado para atuar diretamente no desastre da Região Serrana do RJ, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro-RJ. Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e Defesa em Foco, é responsável por reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional.

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