Um convênio firmado na manhã desta terça-feira (18), entre a Marinha do Brasil (MB), a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a Fundação Espirito-Santense de Tecnologia (FEST), promete impulsionar as atividades científicas no continente gelado. O acordo visa melhorar os processos logísticos do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) para que a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), estrutura mantida pela Força Naval naquela região, seja capaz de apoiar ainda mais projetos de pesquisa.
“O último relatório da Unesco mostrou que o Brasil é, hoje, o 11º colocado no mundo, em termos de produção científica em ciência oceânica. É isso que nós queremos com essa parceria: contribuir para que o Brasil ocupe, cada vez mais, posições mais relevantes no cenário internacional, no que tange à pesquisa antártica e à ciência oceânica”, afirmou o Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira, que representou a MB no ato de assinatura do documento, em Brasília (DF).
Para o superintendente da FEST, Armando Biondo Filho, a participação da Fundação no PROANTAR é uma oportunidade de a comunidade acadêmica do estado ultrapassar as fronteiras nacionais da ciência e da tecnologia. “Celebramos, hoje, o compromisso constante com a ciência e a união de forças para promover a educação, a inovação, o progresso em nossa sociedade (…) Esta sala é um testemunho do poder da colaboração, da determinação de enfrentar desafios complexos em prol do bem comum”, disse.
Ao lado da FEST, a Universidade Federal do Espírito Santo amplia a parceria já em vigor há mais de 30 anos com a Marinha. Além de colaborar com diferentes programas de pesquisas, a instituição de ensino foi responsável pela construção de estações científicas no Arquipélago de São Pedro e São Paulo e na Ilha de Trindade. “A nossa Universidade (…) vem, a cada ano, progredindo mais dentro dos índices para entregar a nossa missão final, que é de contribuir com a sociedade brasileira”, explicou o reitor da UFES, Eustáquio Vinícius Ribeiro de Castro.
Sobre o PROANTAR
Atualmente, o Programa Antártico Brasileiro garante apoio logístico a 29 projetos de pesquisa brasileiros, o que deve aumentar com o novo convênio. A Marinha é responsável pelo suporte logístico por meio das Operações Antárticas (OPERANTAR) anuais, empregando o Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel”, o Navio Polar “Almirante Maximiano” e aeronaves UH-17, do 1° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, além da EACF, localizada na Ilha Rei George, base permanente para as atividades dos militares e dos cientistas e onde ficam alojados.
Por estar presente e desenvolver pesquisas científicas relevantes no continente gelado, o Brasil tornou-se, em 1983, membro consultivo do Tratado da Antártica. Para o Diretor do Departamento de Programas Temáticos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Leandro Bortoloso Pedron, também presente ao encontro, foram muitos fatores que contribuíram para tal prerrogativa. “O Brasil é membro da Antártica pela pesquisa, mas a pesquisa não acontece sem logística, sem o viés ambiental, sem o apoio das emendas parlamentares, sem o papel da ciência.”
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