Fim da Operação de Desintrusão da T.I Munduruku

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INTEROPERABILIDADE

Belém (PA) – Terminou a primeira fase da Operação de Desintrusão da Terra Indígena Munduruku, no município de Jacareacanga, no Pará. O Comandante Militar do Norte,  Gen Ex Vendramin, esteve presente na Formatura de encerramento no pátio do 53º Batalhão de Infantaria de Selva. Na oportunidade evidenciou a vibração das tropas das Organizações Militares Subordinadas que contribuíram com o sucesso da operação.

Coube ao Exército a responsabilidade de oferecer o suporte logístico às agências governamentais que trabalharam para combater o garimpo ilegal na Amazônia. Dentre as atividades, foram montadas todas as instalações de hospedaria, assim como o serviço de filtragem de água, alimentação completa, transporte de materiais e pessoas, meios de comunicação via sinal satelital e atendimento de assistência à saúde.

A Operação durou três meses, porém para os militares este é um trabalho de quase 5 meses de atuação, como destacou o Tenente-Coronel Humberto, Comandante do 53ºBIS.  “Nós montamos uma base operacional para receber até 300 agente e mais um efetivo nosso permanente, de cerca de 100 militares. Isso gera um estudo muito grande para o deslocamento de toneladas de materiais, tanto na montagem quanto na desmontagem”.

Durante a operação, foram transportadas mais de 543 toneladas de suprimentos via terrestre pela BR 230, a transamazônica, foram mais de 111 mil quilômetros rodados. “É uma missão que não é fácil devido as condições Amazônicas, de clima chuvoso, de infraestrutura e condições das estradas. Mas diante do nosso profissionalismo, conseguimos cumprir a missão sem nenhum acidente”, destacou Gen Ex Vendramin.

Esta fase da Operação de Desintrusão da T.I Munduruku foi liderada pela Casa Civil do Governo Federal e  contou com uma força-tarefa composta por diversos órgãos federais, incluindo os Ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Defesa e dos Povos Indígenas, além do Exército Brasileiro, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública, IBAMA, ICMBio, FUNAI, AGU, ABIN, Censipam, SECOM, ANAC, ANTT e ANP.

Desde o início da operação, em novembro de 2024, foram realizadas 523 ações de fiscalização e repressão, resultando na inutilização de 90 acampamentos, 15 embarcações, 27 máquinas pesadas, 224 motores e 96.130 litros de óleo diesel, além da apreensão de mercúrio e ouro ilegal. Multas aplicadas somaram R$ 24,2 milhões.

Alimentação e saúde foram essenciais para o bom desempenho da operação

O fornecimento de alimentos durante a Operação de Desintrusão era de responsabilidade do Exército Brasileiro. No total foram quase 60 toneladas de gêneros alimentícios fornecidos. “O primeiro desafio foi chegar na área e montar as instalações de forma adequada para armazenar e cozinhar os alimentos. Fizemos isso em cerca de 20 dias antes da operação começar”, explicou o 2° Ten Guilherme, responsável pelo Rancho na operação.

A equipe de aprovisionamento serviu cerca de 55 mil etapas de refeições entre café da manhã, almoço e jantar. “Durante toda a operação não tivemos nenhum dia de falta de gêneros alimentícios na base. Todas as refeições foram garantidas com eficiência e na mais alta qualidade”, complementou o 2° Ten Guilherme.

A prevenção para combater ocorrências de saúde durante este período em acampamento no município de Jacareacanga foi necessário redobrar os cuidados quanto a saúde de cada agente participativo da operação. Neste sentido, os militares da área de saúde montaram um Posto de Atendimento com um efetivo entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para a assistência emergencial.

Segundo a Terceiro Sargento Fernandes, que fazia parte da equipe, foram cerca de 200 atendimentos registrados, na maioria, ocorrências leves de corte e sintomas gripais. Os casos mais preocupantes foram quanto a suspeita de malária. “Devido estarmos numa região endêmica e com a ocorrência de chuvas, estava propício para a proliferação de mosquitos transmissores. Mas fizemos uma campanha forte, diariamente, incentivando o uso de repelentes e de higiene das barracas e arredores, o que contribuiu bastante para os baixos números de suspeita de malária durante a operação” ressaltou.

 

Fonte: Comando Militar do Norte – Exército Brasileiro

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  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano das Forças Armadas e ex-integrante de unidades especiais, com ampla experiência na cobertura de operações militares, treinamentos e atividades estratégicas das Forças Armadas brasileiras. Sua atuação combina expertise técnico-operacional com sólida formação civil voltada à comunicação em ambientes de defesa, incluindo capacitações específicas em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares realizados pelo Exército Brasileiro em diversos biomas do país, além de cursos no COPPAZNAV (Curso de Correspondente de Paz da Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltados à cobertura em áreas de conflito e operações de paz. É reconhecido por produzir conteúdos jornalísticos realistas, acessíveis e impactantes, contribuindo para a valorização institucional das Forças Armadas junto à sociedade civil. Em 2011, atuou diretamente na resposta ao desastre da Região Serrana do Rio de Janeiro, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro (RJ). Foi agraciado com as Medalhas Amigo da Marinha, Mérito Veterano da Associação dos Veteranos da Força Aérea Brasileira (AVFAB) e Mérito Tamandaré, concedida pela Marinha do Brasil. Atualmente é Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e do Defesa em Foco, coordenando reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional com linguagem ética, técnica e engajadora.

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