
As fontes abertas de monitoramento de voos e os milahres de afccionados que passam seu tempo livre a monitorar o tráfego aéreo não param de nos fornecer informações que antes eram disponíveis apenas aos controladores de tráfego aéreo e ou agentes de inteligência da época da guerra fria. Dessa vez estamos sabendo de um recorde jamais imaginado desde os tempos dos voos dos SR-71 Blackbirds!
Uma aeronave RC-135W da USAF (provavelmente o USAF 64-14849) fez o vôo de reconhecimento tático/estratégico mais próximo de todos os tempos na costa da China, chegando a 25,33 milhas náuticas, o que é considerado um novo recorde de proximidade, de acordo com diversos especialistas e também de acordo com mídias chinesas que protestam sobre o fato.
A aeronave que aparece nos sites de monitoramento identificada como “USAF 64-14849” é uma das mais monitoradas pelos observadores do Japão:
Uちゃん
RC-135U combat sent
接近中!通過か#AE01D5 pic.twitter.com/drdSQtn2Ps— 🇯🇵横田空域🇺🇸YokotaAB Control (@ControlYokota) March 29, 2021
O vôo aconteceu no dia 22/03, e até agora não foi negado nem confirmado pela USAF, mas muito comentado pelas comunidades de monitoramento de voos online e pelas mídias chinesas nos últimos dias, acusando os EUA de “voos ilegais e agressivos”…

USAF RC-135U Combat Sent #AE01D5 just set a new record of 25.33NM, the shortest distance US reconnaissance aircraft have reached from the China's coastlines, based on public data so far.
In addition, there was also a P-8A & an EP-3E spotted over the #SouthChinaSea, March 22. pic.twitter.com/uLv49u70Gv
— SCS Probing Initiative (@SCS_PI) March 22, 2021
E do outro lado do mundo uma aeronave semelhante, outro RC-135W também efetuou um voo muito próximo da península da Criméia, sobrevoando grande parte do norte do Mar Negro, conforme noticiamos no em primeira mão para nossos leitores* (link para a matéria no final do texto).
A distância normal de missão de um avião espião da USAF geralmente obedece até certo ponto as regras de tráfego aéreo internacional, mas acontecem geralmente com o padrão de cerca de 50 a 70 milhas náuticas, mas as 25,33 milhas náuticas foram bem percebidas por milhares de observadores de sites especializados de monitoramento de voos online por todo o mundo. Apesar da missão ser aparentemente “secreta” por outro lado podemos supor que a USAF “desejou” um pouco de publicidade indireta no fato…
Muitos analistas acreditam que a aeronave de reconhecimento Boeing RC-135 da USAF voou mais perto da costa da China deliberadamente, desafiando as forças de defesa da PLAAF a responder. Um cenário que pode ser catastrófico, pois se uma aeronave valiosa como o RC-135W fosse abatido, certamente os EUA não deixariam o fato sem represália.
Imaginem a cenana sala de planejamento de voo, quando a tripulação do RC-135W recebeu o briefing da missão; “Nós estamos indo para onde? A 25 milhas da costa da China? ”
De acordo com as últimas informações, a aeronave RC6135W que efetuou o voo recordista (ou uma semelhante) rumou hoje para as Ilhas Aleutas:
#AE01D5 #64-14849 Boeing RC-135U Combat Sent 返回美國 pic.twitter.com/ybT8CGXqCz
— Ketagalan (@CCCDSLR) March 29, 2021
O avião de coleta de inteligência de alta tecnologia entrou no Mar da China Meridional na segunda-feira através do Canal de Bashi para conduzir operações de reconhecimento nas regiões costeiras do sul da China.
Enquanto a PLAAF (Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China) continua a lançar voos agressivos para a ADIZ (Zona de Identificação de Defesa Aérea) de Taiwan, parece que dois lados se legitimizam nas ações, como diz o ditado; “chumbo trocado não dói”…
O evento ocorre dias depois que a primeira reunião entre o governo Biden e as autoridades chinesas terminou com hostilidade aberta, pois parece que o presidente Biden não mostra nenhum sinal de mudar a política do ex-presidente Trump de cutucar o Dragão Vermelho.
Missões dos RC-135 da USAF já apareceram várias vezes na mídia chinesa este ano e no início deste mês, a emissora estatal CCTV também rastreou suas missões de reconhecimento no Mar Amarelo e no Mar da China Oriental a partir da Base Aérea de Kadena em Okinawa, Japão.
Na semana passada, o SCSPI divulgou seu relatório anual sobre as operações militares dos EUA no Mar da China Meridional em 2020, relatou a Zero Hedge, afirmando que aviões espiões da USAF realizaram quase 1.000 surtidas em sobrevoos de águas altamente disputadas no ano passado.
Bombardeiros e navios de guerra dos EUA têm aumentado as missões em torno das ilhas militarizadas da China no sul da China desde o governo Trump e agora o mantêm sob o governo Biden.
Desde 2009, os militares dos EUA “aumentaram significativamente a frequência das atividades na região, aumentando a presença de navios de superfície em mais de 60 por cento, atingindo cerca de 1.000 dias de navio por ano”, de acordo com a Newsweek em outubro passado.
No ar, ele envia em média três a cinco aviões de guerra para o Mar da China Meridional por dia, a maioria deles sendo aeronaves de reconhecimento, fazendo um total de mais de 1.500 surtidas por ano, quase o dobro de 2009.
A forte presença dos EUA nos mares ao redor da China ocorre no momento em que os militares chineses aumentam suas próprias capacidades de combate e realizam voos de sondagem perto do Japão e Taiwan quase diariamente, informou a Newsweek.
- Com informações USAF, Newsweek, Flight Radar 24, Zero Edge e SCS Probing Initiative via redação Orbis Defense Europe.
- *https://www.defesa.tv.br/aeronave-espia-rc-135w-sigint-da-usaf-passa-o-dia-sobrevoando-mar-negro-proximo-ao-espaco-aereo-da-crimeia/
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