Entre os dias 29 de maio e 2 de junho, a Operação Espelhada, conduzida simultaneamente por forças do Brasil e da Colômbia no rio Puruê, neutralizou oito dragas ilegais e aprofundou a cooperação bilateral no combate aos crimes transfronteiriços. A ação integra a Operação Ágata Amazônia 2025 e reafirma a presença do Estado em uma das regiões mais sensíveis da fronteira amazônica.
Integração internacional no coração da floresta: ação coordenada protege fronteiras e o meio ambiente
Em mais uma demonstração de força e cooperação regional, Brasil e Colômbia realizaram, entre os dias 29 de maio e 2 de junho, a chamada Operação Espelhada – uma ofensiva simultânea nos dois lados da fronteira no trecho do rio Puruê, na Amazônia. A ação ocorreu no âmbito da Operação Ágata Amazônia 2025, sob a coordenação do Comando Conjunto Apoena e do Ministério da Defesa.
Com a participação de mais de 200 militares, incluindo forças terrestres e fluviais, bem como aeronaves e sensores termais, o objetivo da missão foi reprimir atividades ilícitas como garimpo ilegal, tráfico de drogas, contrabando e crimes ambientais, além de reforçar os laços entre os dois países em áreas de interesse mútuo.
Destruição de dragas e impacto econômico ao crime organizado
Segundo o General de Brigada Edilberto Cortés, comandante colombiano, essas estruturas extraíam até 38 kg de ouro por mês, gerando graves danos ambientais e alimentando redes criminosas binacionais.
“A Operação Espelho nos levou ao limite fronteiriço entre o Brasil e a Colômbia, onde destruímos unidades de mineração que causam enormes prejuízos ambientais. A operação atinge diretamente a base econômica do crime organizado”, afirmou o General Cortés.
Impacto ambiental e risco à biodiversidade amazônica
A área do rio Puruê é classificada como zona crítica de extração ilegal de minérios, afetando não só o meio ambiente, mas também comunidades indígenas isoladas. Segundo dados do Exército Colombiano, as operações ilegais geraram mais de 2 milhões de toneladas de sedimentos, com potencial contaminação por mercúrio, um dos agentes mais nocivos à ictiofauna amazônica e à saúde humana.
A atuação das Forças Armadas brasileiras e colombianas demonstra uma postura firme e coordenada frente a essas ameaças ambientais e sociais, especialmente em regiões de acesso remoto.
Tecnologia de ponta no combate às atividades ilícitas
Novos números da Operação Ágata Amazônia 2025
Até o momento, a Operação Ágata neutralizou:
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26 dragas ilegais
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1 empurrador
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1 embarcação de pequeno porte
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300g de mercúrio
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226 kg de entorpecentes (em Benjamin Constant-AM)
Além das ações repressivas, a Operação também desenvolve ações sociais, já tendo realizado:
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Mais de 48 mil atendimentos médicos
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Distribuição de medicamentos e kits odontológicos em 71 comunidades indígenas e ribeirinhas
Soberania reafirmada e defesa do patrimônio natural
O Vice-Almirante João Alberto de Araujo Lampert, comandante do Comando Conjunto Ágata Amazônia 2025, destacou a importância da integração:
“A integração entre as Forças, no âmbito da Operação Apoena, reafirma a soberania e tem gerado resultados expressivos. Que iniciativas dessa magnitude sejam mantidas de forma contínua.”
Com uma área de operação superior a 510 mil km², o equivalente ao território da Espanha, a Ágata 2025 se consolida como a maior e mais abrangente ação interagências de combate ao crime organizado na Amazônia brasileira.
Editorial Defesa TV
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Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano das Forças Armadas e ex-integrante de unidades especiais, com ampla experiência na cobertura de operações militares, treinamentos e atividades estratégicas das Forças Armadas brasileiras. Sua atuação combina expertise técnico-operacional com sólida formação civil voltada à comunicação em ambientes de defesa, incluindo capacitações específicas em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares realizados pelo Exército Brasileiro em diversos biomas do país, além de cursos no COPPAZNAV (Curso de Correspondente de Paz da Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltados à cobertura em áreas de conflito e operações de paz. É reconhecido por produzir conteúdos jornalísticos realistas, acessíveis e impactantes, contribuindo para a valorização institucional das Forças Armadas junto à sociedade civil. Em 2011, atuou diretamente na resposta ao desastre da Região Serrana do Rio de Janeiro, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro (RJ). Foi agraciado com as Medalhas Amigo da Marinha, Mérito Veterano da Associação dos Veteranos da Força Aérea Brasileira (AVFAB) e Mérito Tamandaré, concedida pela Marinha do Brasil. Atualmente é Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e do Defesa em Foco, coordenando reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional com linguagem ética, técnica e engajadora.
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