Brasil e Reino Unido debatem energia eólica offshore e impactos sobre segurança da navegação

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Os 44 parques eólicos offshore em operação atualmente no Reino Unido são capazes de gerar 15 gigawatts (GW) de energia elétrica, o equivalente a 11% de toda a produção energética do país. A expectativa do governo britânico é ampliar a capacidade para 47 GW nos próximos cinco anos, como informa no relatório “Plano de ação energia limpa 2030: uma nova era de eletricidade limpa”. A experiência foi compartilhada durante o Fórum Brasil-Reino Unido em Eólica Offshore, que teve início nesta quarta-feira (19), em Brasília (DF).

“O Brasil não possui parques eólicos offshore em operação. No entanto, o País está desenvolvendo um arcabouço regulatório para viabilizar essa fonte de energia”, explica a Chefe do Departamento de Pesquisa e Obras em Vias Navegáveis da Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil (MB), Capitão de Corveta (Quadro Técnico) Helenilde de Lima Silva Gomes, que apresentou a perspectiva da Autoridade Marítima brasileira no encontro promovido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pelo Consulado do Reino Unido.

A implementação desses empreendimentos no País poderá trazer impactos sobre a segurança da navegação em águas sob jurisdição brasileira. “A participação da Marinha é essencial para assegurar que a implantação da energia eólica offshore ocorra de maneira harmonizada com a segurança marítima, garantindo os interesses do poder marítimo e do Poder Naval. Nossas principais preocupações incluem a compatibilização dos parques eólicos com as rotas marítimas e áreas de interesse à navegação, bem como os impactos nos sistemas de comunicação e sensores das embarcações”, explicou a Oficial em um dos painéis.

O mar e o Brasil

O mar é a principal via para o transporte de 95% das exportações brasileiras, além de ser o espaço onde são produzidos mais de 95% do petróleo e 85% do gás natural consumidos no País. Também é responsável por 45% do pescado consumido internamente e 95% da comunicação via internet, por meio de cabos submarinos que interligam o Brasil ao resto do mundo. Por isso, estudos técnicos da MB visam garantir que a segurança de tais atividades não seja afetada durante o desenvolvimento do setor eólico offshore.

Além da Autoridade Marítima brasileira, participaram do encontro os Ministérios da Pesca e Aquicultura e de Portos e Aeroportos, a Agência Nacional de Energia Elétrica, a Empresa de Pesquisa Energética e demais órgãos e instituições públicas integrantes do grupo de trabalho sobre eólicas offshore do MME. Também estiveram presentes representantes do setor privado, como a Associação Brasileira de Energia Eólica, de instituições internacionais especializadas, como a Global Offshore Wind Alliance, e membros da comunidade acadêmica.

Fonte: Agência Marinha

Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano militar e ex-integrante de unidades especiais, com sólida atuação na cobertura de atividades das Forças Armadas brasileiras. Possui formação complementar em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares, realizados pelo Exército Brasileiro em diferentes biomas, além de capacitações no COPPAZNAV (Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltadas à cobertura em áreas de conflito. Atualmente aplica seus conhecimentos técnicos na produção de conteúdos jornalísticos realistas e acessíveis sobre o ambiente operacional das tropas, contribuindo para a valorização e compreensão da importância das Forças Armadas pelo público civil. Em 2011, deixou os registros de lado para atuar diretamente no desastre da Região Serrana do RJ, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro-RJ. Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e Defesa em Foco, é responsável por reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional.

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