COMAE inicia operação autônoma do Sistema Espacial Lessonia-1

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  O Centro de Operações Espaciais (COPE) do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), em Brasília (DF), iniciou, no dia 14/03, a operação autônoma do Sistema Espacial Lessonia-1, assumindo o controle total da obtenção de imagens de radar de abertura sintética (SAR) adquiridas por sistemas espaciais de observação da Terra. 

Esse marco representa um avanço significativo para o setor aeroespacial brasileiro, consolidando o êxito na operação independente dos satélites X39 e X43, que compõem a primeira constelação nacional de sensoriamento remoto por radar SAR. 

As imagens captadas pelos satélites serão utilizadas no combate ao tráfico de drogas e à mineração ilegal, na atualização de produtos cartográficos, na determinação da navegabilidade dos rios, no monitoramento de queimadas e desastres naturais, na vigilância da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e no controle das fronteiras, entre outras aplicações estratégicas. Com isso, a tecnologia fortalece a capacidade de vigilância e defesa do espaço aéreo, das fronteiras terrestres e das Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB). 

O Chefe do COPE, Brigadeiro do Ar Alessandro Cramer, destacou a importância do uso de sistemas espaciais para a soberania e a defesa nacional. “Com a cobertura global proporcionada pelo sensor embarcado nos satélites do Sistema Espacial Lessonia-1, daremos um salto significativo tanto na quantidade quanto na qualidade das informações disponíveis para apoiar as operações das Forças Armadas e de agências governamentais, especialmente em regiões desabitadas e de difícil acesso, como a Fronteira Oeste, a Região Norte e o Atlântico Sul. Isso fortalecerá nossa capacidade de monitoramento, resposta e proteção do território brasileiro”, afirmou. 

O Oficial-General ressaltou ainda o caráter dual do sistema, que amplia seus benefícios para além da defesa, contribuindo para projetos de fiscalização ambiental e prevenção de desastres. “O Lessonia-1 não apenas reforça a segurança nacional, mas também contribui diretamente para o desenvolvimento sustentável e para a resiliência do nosso país diante dos desafios ambientais e climáticos”, concluiu. 

O Projeto Lessonia-1 integra o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) e é executado pela Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC). O projeto consiste na aquisição de uma constelação de satélites de Sensoriamento Remoto Radar (SRR) de órbita baixa, desenvolvida para atender às necessidades operacionais das Forças Armadas, do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM) e de órgãos governamentais civis.  

O radar SAR (Synthetic Aperture Radar, na sigla em inglês) é uma forma de radar, que é usada para criar imagens de um objeto, como uma paisagem. O equipamento fornece uma resolução espacial mais fina do que é possível com radares de feixe de varredura convencionais e, diferentemente de sensores óticos, pode realizar imageamento durante a noite e em condições com cobertura de nuvens. Essa capacidade apresenta uma vantagem estratégica no monitoramento de uma área de interesse.

O sucesso dessa operação destaca a crescente autonomia do Brasil no desenvolvimento e na gestão de tecnologias espaciais, reforçando a capacidade nacional de operar satélites de forma independente, reduzindo custos e minimizando a dependência de tecnologias estrangeiras.

Fotos: COMAE



Fonte:Força Aérea Brasileira

Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano militar e ex-integrante de unidades especiais, com sólida atuação na cobertura de atividades das Forças Armadas brasileiras. Possui formação complementar em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares, realizados pelo Exército Brasileiro em diferentes biomas, além de capacitações no COPPAZNAV (Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltadas à cobertura em áreas de conflito. Atualmente aplica seus conhecimentos técnicos na produção de conteúdos jornalísticos realistas e acessíveis sobre o ambiente operacional das tropas, contribuindo para a valorização e compreensão da importância das Forças Armadas pelo público civil. Em 2011, deixou os registros de lado para atuar diretamente no desastre da Região Serrana do RJ, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro-RJ. Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e Defesa em Foco, é responsável por reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional.

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