Belém (PA) – “Aqui começa o Brasil”. A frase escrita às margens do Rio Oiapoque, que divide o Brasil e a Guiana Francesa, na sede da Companhia Especial de Fronteira do 34° Batalhão de Infataria de Selva, no Amapá (PA), mostra a importância da presença do Exército Brasileiro nas fronteiras para soberania do País. Em visita à região Norte, visando inspecionar os preparativos do Comando Militar do Norte para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), o General Tomás, Comandante do Exército, o General Montenegro, Comandante de Operações Terrestres, e comitiva puderam verificar o trabalho desenvolvido nas regiões da fronteira da Amazônia Oriental e debater a consolidação da implantação do CMN, face à crescente relevância estratégica da região.
Após visita, na última segunda-feira (30), a capital paraense, que será sede da COP 30, evento global que contará com a atuação conjunta do Exército, Marinha e Aeronáutica, por meio do Comando Operacional Conjunto MARAJOARA, o Comandante do Exército seguiu, nesta terça-feira (01), para as regiões de fronteira nas localidades de Tiriós, extremo norte do Pará, e Clevelândia do Norte, no Oiapoque, no Amapá.
Fronteiras ao Norte
Durante a manhã, o Comandante inspecionou o 1º Pelotão Especial de Fronteira (PEF) em Tiriós. O pelotão guarda as fronteiras com o Suriname, em parceria com o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo da Força Aérea, combatendo crimes transfronteiriços, como o garimpo ilegal. Além disso, garante o apoio logístico e de saúde à comunidade, com atendimento médico e odontológico aos indígenas brasileiros habitantes da localidade.
“Nossa presença faz com que os povos originários e as comunidades aqui se sintam mais seguras. Nossa relação com eles é bastante estreita e quando eles vêem alguma coisa diferente, nos avisam e atuamos”, afirmou o Capitão Robson. O Cabo Yan Tirió nasceu em Tiriós e voltou à localidade para servir como militar. “Consigo ajudar meus familiares na aldeia com apoio logístico e médico. Faço essa conexão com os indígenas e o pelotão, ajudando com a tradução da língua no PEF. Moro na Aldeia Juruti e estou gostando bastante. Já sirvo há 3 anos. Minha expectativa é que só melhore aqui”, ressalta o indígena militar.
De Tiriós a seguiu para o Oiapoque, fronteira com a Guiana Francesa. O comandante do Exército foi recebido na Companhia Especial de Fronteira (CEF) de Clevelândia do Norte, orgânica do 34º Batalhão de Infantaria de Selva, da 22ª Brigada de Infantaria de Selva, onde recebeu uma ambientação sobre a Operação Ágata que está em execução desde o dia 30 de junho para combater crimes transfronteiriços.
“Nós estarmos na faixa de fronteira engrandece a missão do Exército Brasileiro. Como em Tiriós, onde a única instituição presente é o Exército, a nossa presença aqui também é fundamental. É a garantia de que a soberania brasileira está preservada nesses locais. Daqui, destacamos bases e pontos de apoio, não só para defesa da pátria, mas para garantir a segurança na faixa de fronteira e ser a mão amiga”, ressaltou o General Tomás.
O Comandante do Exército afirmou ainda que a Força Terrestre tem interesse em ampliar o Comando Militar do Norte. “O Exército tem expandido o CMN. Já expandimos o número de tropas da região amazônica. Aqui em Macapá temos a 22ª Brigada de Infantaria de Selva e estamos muito empenhados em completar essa brigada, colocando um Esquadrão de Cavalaria Mecanizada, tropas de Polícia do Exército, de Logística, e outras para completar as demais capacidades necessárias para a brigada, para defendermos melhor o Brasil nessa área tão importante”, detalhou ainda o Comandante do Exército.
Fonte: Exército Brasileiro