Dia da Marinha é celebrado a bordo do NAM “Atlântico”, no Rio de Janeiro

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Nesta quarta-feira (11), o Comando do 1º Distrito Naval realizou a cerimônia alusiva ao Dia da Marinha, a bordo do Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”. Como parte das comemorações, militares e civis foram condecorados com a Ordem do Mérito Naval. Também foram içados, no mastro principal da embarcação, os sinais de Barroso, que simbolizam o patriotismo e o espírito marinheiro que marcaram a vitória brasileira na Batalha Naval do Riachuelo.

Durante a cerimônia, foi lida a ordem do dia enviada à Força pelo Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen.

“A Batalha Naval do Riachuelo consagrou a lição de que a guerra, quando irrompe no horizonte, não concede trégua à desídia, nem tolera negligência ou improviso.  Frente às ameaças e operando com meios aquém das peculiaridades impostas pelo ambiente fluvial, a Força Naval foi submetida à prova. Sobressaíram-se, nesse contexto, destemidos “Homens do mar”, com altivas demonstrações de bravura, espírito de sacrifício e dedicação à pátria”, destacou.

Em mensagem comemorativa à data, também lida durante o evento, o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, ressaltou a importância da Marinha para a história nacional. “A história da Marinha do Brasil entrelaça-se, em essência, com a própria formação e afirmação da Nação. Mais do que instrumento de projeção de poder, a instituição foi, em diferentes ocasiões, o esteio da integridade territorial e marítima, e o escudo da soberania nacional diante de ameaças”, afirmou o Ministro.

O Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, condecorado com a Ordem do Mérito Naval, no grau de Grande-Oficial, manifestou gratidão pela honraria. Ele destacou as ações sociais realizadas em parceria com a Marinha: “Mais de oito mil jovens em todo Brasil são ajudados na formação e na recuperação através da Marinha. Além da Batalha do Riachuelo, que celebramos hoje, nós também enfrentamos outras batalhas. Como as batalhas pelos direitos e pelos valores e a Marinha muito colabora com o Brasil para isso”, ressaltou Dom Orani.

Cerca de 200 pessoas foram condecoradas na cerimônia. Entre elas, o Primeiro-Sargento Marcos Pereira de Assis, que serve na Diretoria-Geral do Material da Marinha (DGMM) e possui 24 anos de serviço. Para ele, o momento foi ainda mais significativo por ter ocorrido ao lado da esposa e das duas filhas.

“É uma mistura de sentimentos nesse momento. É um seleto grupo de militares que possuem essa Comenda, grandes personalidades se destacam, como o Almirante Barroso e o Marinheiro Marcílio Dias. Esse sentimento é ainda maior por poder estar aqui com a minha família vivenciado esse momento”, afirmou.

Além dos homenageados individuais, a condecoração também foi concedida a corporações militares e instituições civis, nacionais ou estrangeiras, que prestaram serviços relevantes à Força Naval. Neste ano, foram destacadas seis organizações da Marinha: Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade; Comando do Treinamento e do Desenvolvimento Doutrinário do Corpo de Fuzileiros Navais; Base Naval da Ilha das Cobras; Odontoclínica Central da Marinha; Base de Submarinos da Ilha da Madeira; e Fragata “Independência”.

Durante o evento, uma salva de 17 tiros foi realizada pelo Navio-Patrulha Oceânico (NPaOc) “Apa”, fundeado na Baía de Guanabara. Também participaram da cerimônia a Fragata “União”, o Navio-Patrulha “Macaé”, o Navio Hidroceanográfico Faroleiro “Almirante Graça Aranha”, o Aviso de Pesquisa “Aspirante Moura”, uma viatura blindada e uma aeronave.

A cerimônia foi encerrada com a transmissão da campanha do Dia da Marinha. Com o slogan “Sai da tela e bora pro mar”, a ação deste ano incentiva os jovens a ingressarem na Força, mostrando que é possível viver experiências reais, para além do universo dos games. Pela primeira vez, a campanha foi produzida com o uso de Inteligência Artificial (IA).

A Batalha Naval do Riachuelo

Denominado “Dia da Marinha”, o 11 de junho faz referência à Batalha Naval do Riachuelo, que completa, em 2025, 160 anos. O confronto, ocorrido em 1865 durante a Guerra da Tríplice Aliança, foi decisivo para dar um fim no conflito que persistia. A vitória brasileira em Riachuelo não apenas reverteu o curso da guerra, que até então favorecia as Forças paraguaias, como também demonstrou a bravura e a estratégia dos marinheiros brasileiros em um cenário de adversidade.

A batalha foi travada em um afluente do rio Paraná, próximo à cidade de Corrientes, na Argentina. As Forças paraguaias, comandadas pelo General Caballero, planejavam um ataque surpresa à Esquadra Brasileira, que estava fundeada no rio Riachuelo. No entanto, a estratégia do Almirante Barroso, comandante da Esquadra à época, frustrou os planos inimigos. Manobras arriscadas, como o abalroamento de navios inimigos e o uso da artilharia, foram cruciais para desorganizar e desarticular a Marinha do Paraguai, que, até o momento, contava com um maior número de embarcações.

A vitória na Batalha Naval do Riachuelo marcou uma virada decisiva, abrindo caminho para a contraofensiva da Tríplice Aliança. Além do impacto militar, o combate elevou o moral das tropas brasileiras e consolidou a imagem da Marinha do Brasil como um dos pilares da defesa do País.

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Fonte: Agência Marinha

Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano das Forças Armadas e ex-integrante de unidades especiais, com ampla experiência na cobertura de operações militares, treinamentos e atividades estratégicas das Forças Armadas brasileiras. Sua atuação combina expertise técnico-operacional com sólida formação civil voltada à comunicação em ambientes de defesa, incluindo capacitações específicas em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares realizados pelo Exército Brasileiro em diversos biomas do país, além de cursos no COPPAZNAV (Curso de Correspondente de Paz da Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltados à cobertura em áreas de conflito e operações de paz. É reconhecido por produzir conteúdos jornalísticos realistas, acessíveis e impactantes, contribuindo para a valorização institucional das Forças Armadas junto à sociedade civil. Em 2011, atuou diretamente na resposta ao desastre da Região Serrana do Rio de Janeiro, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro (RJ). Foi agraciado com as Medalhas Amigo da Marinha, Mérito Veterano da Associação dos Veteranos da Força Aérea Brasileira (AVFAB) e Mérito Tamandaré, concedida pela Marinha do Brasil. Atualmente é Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e do Defesa em Foco, coordenando reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional com linguagem ética, técnica e engajadora.

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