Em 2024, o Exército Brasileiro apoiou a população do Rio Grande do Sul afetada pelas históricas enchentes. Era a Operação Taquari 2, conduzida pelo Comando Militar do Sul (CMS). Para relembrar as principais ações da operação e ponderar os aprendizados do momento de crise climática, o CMS desenvolveu o Seminário Operação Taquari. Organizado pela 6ª Divisão de Exército (6ª DE), o evento reuniu 350 militares e civis no auditório do Ministério Público Estadual do RS, em Porto Alegre, na manhã da última terça-feira, 8 e segue até hoje.
No primeiro dia de programação, quem abriu as atividades foi o mediador Paulo Sérgio Pinto, vice-presidente da Rede Pampa. O comunicador mediou as palestras do diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE), Dr Laercio Massaru Namikawa, e do Comandante Militar do Sul, General de Exército Hertz Pires do Nascimento.

Namikawa ilustrou sua fala com dados representativos do episódio climático, e reiterou que “geograficamente, um evento desses não tem paralelo no mundo”. Conforme o diretor, com base nos dados da Defesa Civil Nacional, 2.398.255 pessoas foram afetadas pelas enchentes de maio de 2024 no Rio Grande do Sul. Uma das atribuições do INPE era mapear as áreas afetadas para que o governo pudesse definir o pagamento do auxílio reconstrução. Para isso foi acionada a Carta internacional Espaço e Grandes Desastres, um consórcio de instituições e agências espaciais que fornece dados orbitais em situações de emergências causadas por desastres naturais. Com as imagens, foi possível definir a área de afetados e repassar as informações ao Dataprev, empresa responsável por gerir a Base de Dados Sociais do Brasil.
Na sequência, o Comandante Militar do Sul, General Hertz, relembrou dados importantes da operação, como o fechamento do Aeroporto Salgado Filho, evacuação do Hospital Mãe de Deus com resgate de 280 pacientes e funcionários, auxílio ao resgate de 100 pessoas em uma igreja no município de Canoas e a atenção voltada ao salvamento de animais domésticos. Segundo o General, 19 mil militares foram empregados nas ações, além de 11 mil profissionais da força policial, 758 pessoas de outras forças, 2 mil bombeiros e integrantes da Defesa Civil, e 373 profissionais de agências de saúde. Entre as lições citadas pelo comandante está “não buscar protagonistas”. O Comandante ponderou que a chave do sucesso foi o trabalho de integração de todas as agências.

Após o debate relacionado às primeiras palestras, o seminário teve sequência sob mediação de Telmo Flor, jornalista do Correio do Povo. Na oportunidade, o também jornalista Felipe Vieira, da Band News, fez um emocionante relato de sua participação, enquanto comunicador, durante os resgates e trabalhos efetuados na operação. “Houve uma sinergia entre todos da imprensa; a gente prestou serviço para a população” relatou Vieira.
O último palestrante foi o Secretário Executivo do Gabinete de Crise do Estado do RS, Pablo Souto Palma, que trouxe dados relacionados ao Plano Rio Grande. O secretário validou a importância da ciência que, segundo ele, “propõe ações que são passíveis de o governo usar para aprimorar sua gestão”. Palma abordou o programa de desassoreamento, que está dividido em dois eixos, com um valor de investimento estimado em um milhão de reais. Ele mencionou ainda o Funrigs, fundo público especial de natureza orçamentária, financeira e contábil, com o objetivo de segregar, centralizar e angariar recursos destinados para o enfrentamento das consequências decorrentes dos eventos climáticos ocorridos em 2023 e 2024. Segundo o secretário, o fundo tem 7,2 bilhões de reais aprovados em projetos do Plano Rio Grande.
Fonte: Exército Brasileiro