Exercício das Forças Armadas aperfeiçoa uso de aeronaves remotamente pilotadas

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Pela primeira vez, a Marinha do Brasil (MB) participou de um treinamento conjunto das Forças Armadas específico para aperfeiçoar o emprego de aeronaves remotamente pilotadas, conhecidas popularmente como drones, em ações de inteligência, vigilância e reconhecimento. O exercício, concluído nesta segunda-feira (24), na Base Aérea de Santa Maria (RS), contou com a participação de mais de 350 militares. Eles foram testados em operações integradas de reconhecimento aeroespacial, patrulha naval, defesa cibernética e controle aéreo avançado, explorando os limites tecnológicos dos sensores embarcados.

Segundo o Comandante do 1º Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas (EsqdQE-1), Capitão de Fragata Raphael Estrella Nogueira, a missão permitiu a troca de experiências entre a mais recente unidade aérea da MB e o Esquadrão Hórus, da Força Aérea Brasileira (FAB), primeiro do País a contar com aeronaves desse tipo, há pelo menos 12 anos. “Estamos acostumados a fazer missões de caráter naval, sejam embarcadas nos navios da Esquadra ou sobre o mar. Esse exercício foi uma oportunidade de ampliarmos nossa doutrina em missões de caráter terrestre, especialmente com atividades em campo com o Exército”, explica.

A Força Naval participou com quatro aeronaves “RQ-1 ScanEagle”, capazes de permanecer em voo por até 15 horas, alcançar uma altitude de 19.500 pés, o equivalente a 5.943 metros, e atingir  velocidade de cruzeiro (limite máximo que pode ser atingido com economia de energia) de cerca de 110 km/h. Além das aeronaves não tripuladas das três Forças, integraram o treinamento, o Navio-Patrulha “Babitonga”, da Marinha, aviões de caça e de reconhecimento da FAB e veículos blindados do Exército Brasileiro (EB).

“Algumas  brigadas do EB se fizeram de figurativo inimigo no campo, para realizarmos toda essa parte de inteligência, reconhecimento e acompanhamento de alvos, de comboios, de cativeiros”, resume o Comandante do EsqdQE-1. Ele adianta que há a possibilidade do  exercício ser adotado oficialmente pelas três Forças. “A intenção é que se torne uma missão anual, a fim de ter um incremento de doutrina e até uma padronização do emprego de aeronaves remotamente pilotadas no âmbito da Defesa”, reforça.

Aeronaves remotamente pilotadas da Marinha

Ativado em julho 2022, em São Pedro da Aldeia (RJ), o 1º Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas da Marinha nasceu com o propósito de ampliar a capacidade operacional dos navios da Força Naval em missões de inteligência, vigilância e reconhecimento. O Esquadrão possui seis aeronaves “ScanEagle” com seus respectivos lançadores e recolhedores, que permitem operações terrestres e embarcadas, diurnas e noturnas, de controle naval do tráfego, inspeção naval, prevenção de ilícitos, pirataria, terrorismo, monitoramento de desastres e operação de resgate.

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Fonte: Agência Marinha

Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano militar e ex-integrante de unidades especiais, com sólida atuação na cobertura de atividades das Forças Armadas brasileiras. Possui formação complementar em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares, realizados pelo Exército Brasileiro em diferentes biomas, além de capacitações no COPPAZNAV (Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltadas à cobertura em áreas de conflito. Atualmente aplica seus conhecimentos técnicos na produção de conteúdos jornalísticos realistas e acessíveis sobre o ambiente operacional das tropas, contribuindo para a valorização e compreensão da importância das Forças Armadas pelo público civil. Em 2011, deixou os registros de lado para atuar diretamente no desastre da Região Serrana do RJ, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro-RJ. Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e Defesa em Foco, é responsável por reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional.

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