Entre os dias 19 e 22 de maio de 2025, o Comando de Defesa Antiaérea do Exército (Cmdo DAAe Ex), sediado no histórico Forte dos Andradas, em Guarujá (SP), foi o palco da 2ª Reunião Doutrinária com o tema “Os Desafios da Artilharia Antiaérea e da Artilharia de Costa no contexto da Força Terrestre 2040”. O encontro, conduzido pela Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAe), teve como objetivo central alinhar diretrizes, fomentar o pensamento estratégico e impulsionar a transformação doutrinária para as próximas décadas.
Visão Estratégica e Projeções para 2040
A Reunião Doutrinária concentrou esforços em definir os caminhos da Artilharia Antiaérea e da Artilharia de Costa diante de um cenário militar cada vez mais tecnológico e multidimensional. Estiveram presentes oficiais e especialistas de diferentes setores do Exército Brasileiro, como o Comando de Operações Terrestres (COTER) e o Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica (CComGEx), reforçando o caráter multidisciplinar da atividade.
O evento consolidou o intercâmbio de experiências e a formulação de propostas alinhadas ao plano de transformação da Força Terrestre 2040, documento que projeta o futuro da estrutura operacional do Exército, com ênfase em prontidão, mobilidade e interoperabilidade.
Projetos Estratégicos e Tecnologias Nacionais
Entre os temas debatidos, ganharam destaque os principais projetos estratégicos voltados à modernização da Defesa Antiaérea do país, como:
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A aquisição de sistemas de artilharia antiaérea de média altura;
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O contínuo aperfeiçoamento do radar SABER M200, desenvolvido com tecnologia nacional;
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O fortalecimento das capacidades do radar SABER M60, voltado à detecção de alvos em baixa altitude.
Tais inovações são consideradas essenciais para o fortalecimento do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA) e para garantir a soberania sobre o espaço aéreo nacional frente a ameaças convencionais e assimétricas.
Liderança e Unidade Doutrinária
Durante a abertura da reunião, o Comandante de Defesa Antiaérea do Exército, General de Brigada Marcos José Martins Coelho, destacou:
“A unidade de pensamento no âmbito da Artilharia Antiaérea é fundamental para o êxito dos projetos e para que a Força Terrestre esteja preparada para o futuro. Estamos construindo a Defesa Antiaérea de 2040 com os pés firmes na tradição e os olhos voltados para a inovação.”
A afirmação traduz o espírito da atividade, que buscou consolidar uma doutrina única e coesa para o emprego da Artilharia Antiaérea em operações modernas, integrando capacidades de guerra eletrônica, vigilância e comando e controle.
O Cmdo DAAe Ex: Pilar da Defesa do Espaço Aéreo Terrestre
O Comando de Defesa Antiaérea do Exército, maior escalão dessa Arma no Brasil, tem como missão coordenar e empregar os meios antiaéreos da Força Terrestre em articulação com a Marinha e a Força Aérea, dentro do escopo do SISDABRA. Sediado no Forte dos Andradas, sua estrutura é robusta e distribuída em unidades estratégicas em todo o território nacional:
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Grupos de Artilharia Antiaérea: Rio de Janeiro (1º GAAAe), Praia Grande (2º GAAAe), Caxias do Sul (3º GAAAe), Sete Lagoas (4º GAAAe), Brasília (11º GAAAe) e Manaus (12º GAAAe);
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Batalhão de Manutenção e Suprimentos: Osasco (SP);
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Bateria de Comando: também no Forte dos Andradas, sede do Comando.
O arsenal empregado inclui sistemas como o míssil portátil IGLA-S, o RBS-70 telecomandado, o canhão antiaéreo autopropulsado Gepard e os radares SABER M60 e M200, símbolos da capacidade tecnológica nacional em defesa.
Compromisso com a Soberania
A realização da 2ª Reunião Doutrinária reafirma o comprometimento do Exército Brasileiro com a defesa dos céus do Brasil. Em um cenário internacional de rápidas transformações e ameaças crescentes no espectro aéreo e cibernético, a atualização doutrinária e a integração tecnológica são não apenas desejáveis, mas indispensáveis para a garantia da soberania nacional.
Editorial Defesa TV