Em celebração ao Dia da Marinha, o Comando da Divisão Litorânea da Força de Fuzileiros da Esquadra inaugurou, no dia 10 de junho, uma exposição itinerante no Museu da Imigração da Ilha das Flores (MIIF), localizado no Complexo Naval da Ilha das Flores, em São Gonçalo (RJ). A mostra é dedicada à Batalha Naval do Riachuelo, evento considerado o ponto mais alto da história da Marinha do Brasil e símbolo da construção da soberania marítima nacional.
Aberta ao público, a exposição reúne um acervo composto por painéis informativos, quadros históricos e material visual educativo que resgata os principais acontecimentos do confronto ocorrido em 11 de junho de 1865, durante a Guerra da Tríplice Aliança. A ação é uma realização conjunta com a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM), responsável por zelar pela memória institucional da força naval brasileira.
A Batalha Naval do Riachuelo: símbolo da afirmação do poder naval brasileiro
O evento histórico rememorado na exposição foi travado às margens do rio Riachuelo, afluente do rio Paraná, no atual território da Argentina. Na ocasião, as forças navais brasileiras enfrentaram a esquadra paraguaia, num dos confrontos mais importantes da Guerra da Tríplice Aliança (1864–1870), conflito em que Brasil, Argentina e Uruguai se uniram contra o regime paraguaio de Solano López.
A vitória brasileira na batalha garantiu o controle das hidrovias da Bacia do Prata, interrompendo as linhas de suprimento do Paraguai e mudando o curso do conflito. O êxito estratégico alcançado se deu, em grande parte, pela atuação enérgica e taticamente decisiva do Almirante Francisco Manuel Barroso, comandante da força naval brasileira, que entrou para a história com a emblemática frase: “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever.”
Esse feito consolidou a Marinha como pilar indispensável da projeção de poder nacional, assegurando o domínio fluvial e reafirmando o papel das Forças Armadas como garantidoras da integridade territorial e da estabilidade geopolítica da região.
Capacidades Técnicas e Representação Visual da Exposição

A exposição montada no MIIF permite uma imersão didática e visual nos acontecimentos daquele período, destacando não apenas a movimentação estratégica das embarcações envolvidas, mas também os desafios tecnológicos e operacionais enfrentados pela Marinha Imperial à época.
Entre os destaques da mostra estão representações gráficas das corvetas, encouraçados e vapores utilizados durante a batalha, bem como informações técnicas sobre a artilharia naval, os sistemas de propulsão a vapor e os processos de comando e controle então empregados. As ilustrações e textos explicativos permitem ao público uma compreensão ampliada da evolução doutrinária e tecnológica da Marinha do Brasil, desde meados do século XIX até os dias atuais.
Além dos aspectos bélicos, a exposição também lança luz sobre o contexto político e diplomático do conflito, revelando os interesses estratégicos envolvidos, a articulação entre os países aliados e os impactos regionais de uma das guerras mais longas e violentas do continente sul-americano.
O Museu da Imigração da Ilha das Flores: um espaço de memória e integração

A escolha do Museu da Imigração da Ilha das Flores para sediar a exposição itinerante reforça a função histórica e cultural do espaço. Inaugurado nas antigas instalações da Hospedaria de Imigrantes da Ilha das Flores, o MIIF preserva o legado de mais de 700 mil imigrantes que ingressaram no Brasil por meio da região entre os anos de 1883 e 1966.
A antiga hospedaria operava como ponto de triagem e recepção de estrangeiros — italianos, portugueses, espanhóis, alemães, sírios, entre outros — que contribuíram significativamente para a formação da identidade social, cultural e econômica do Brasil. Hoje, o museu se consolida como um centro de preservação da diversidade e da construção da cidadania, sendo vinculado institucionalmente ao Comando da Divisão Litorânea.
Além de sua relevância arquitetônica, o MIIF mantém exposições permanentes e temporárias que abordam desde a imigração até a presença naval na Baía de Guanabara. A parceria com a DPHDM e com o Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra amplia o alcance do museu como espaço de educação histórica e difusão cultural.
Impacto Estratégico e Valor Cívico

A realização da exposição itinerante sobre a Batalha Naval do Riachuelo vai além da simples celebração de uma data comemorativa. Ela materializa a política de fortalecimento dos vínculos entre as Forças Armadas e a sociedade civil, por meio do estímulo ao conhecimento da história nacional, do civismo e da valorização da identidade marítima brasileira.
Ao colocar o público em contato com os valores que nortearam a atuação da Marinha — como o dever, a coragem, a disciplina e a prontidão —, a exposição também contribui para a formação de uma consciência de Defesa. Tal consciência é fundamental em um país com uma extensa costa atlântica, rica em recursos estratégicos e com crescente projeção internacional.
Segundo fontes da Marinha, eventos como este são parte das iniciativas voltadas à valorização do patrimônio histórico-militar, ao mesmo tempo em que reforçam a importância do poder naval para a manutenção da soberania, da paz regional e da liberdade de navegação.
Perspectivas e continuidade da mostra
A exposição no MIIF integra um circuito mais amplo de ações culturais e educativas promovidas anualmente pela Marinha do Brasil em alusão ao Dia da Marinha, comemorado oficialmente em 11 de junho. A programação inclui cerimônias, palestras, visitas guiadas, concursos de redação e exposições em diversas cidades litorâneas do país.
A expectativa, segundo representantes do Comando da Divisão Litorânea, é de que o sucesso da mostra incentive futuras edições em outros espaços culturais e educativos, tanto civis quanto militares. O objetivo é alcançar um público ainda maior e expandir o conhecimento sobre o papel estratégico da Marinha ao longo da história nacional.
Informações para Visitação
Museu da Imigração da Ilha das Flores
(Centro de Memória da Imigração da Ilha das Flores – CMIIf)
Horário de funcionamento:
Terça a domingo, das 9h às 17h
Mediações no circuito a Céu Aberto:
Horários: 9h / 10h30 / 14h / 15h30
Complexo Naval da Ilha das Flores – Tropa de Reforço
Avenida Paiva, s/n – Neves
São Gonçalo – RJ
Saída 318 da Rodovia Niterói-Manilha
Instalações do Comando da Divisão Litorânea da Força de Fuzileiros da Esquadra
Contatos para agendamento e informações:
(21) 3707-9504
(21) 3707-9598
Suboficial Diniz – (21) 98715-7083
Suboficial Thiberius – (21) 98182-2010
Atendimento de terça a domingo, das 9h às 17h
De segunda a sexta, atendimento também das 8h às 11h45 e das 13h15 às 16h (exceto feriados)
Website:
www.miif.org.br
Grupo a partir de 10 pessoas agendar via e-mail
[email protected]
A visitação é aberta ao público e oferece uma oportunidade enriquecedora de contato com a história naval e a memória da imigração no Brasil, integrando cultura, educação e valores cívicos.
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Editorial Defesa TV
Com informações iniciais: Comunicação Social do Comando da Divisão Litorânea
Esta matéria foi elaborada com base em dados e informações disponíveis nos portais oficiais do Ministério da Defesa, da Marinha do Brasil, do Comando da Divisão Litorânea, do Museu da Imigração da Ilha das Flores e da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM).
Autor
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Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano das Forças Armadas e ex-integrante de unidades especiais, com ampla experiência na cobertura de operações militares, treinamentos e atividades estratégicas das Forças Armadas brasileiras. Sua atuação combina expertise técnico-operacional com sólida formação civil voltada à comunicação em ambientes de defesa, incluindo capacitações específicas em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares realizados pelo Exército Brasileiro em diversos biomas do país, além de cursos no COPPAZNAV (Curso de Correspondente de Paz da Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltados à cobertura em áreas de conflito e operações de paz. É reconhecido por produzir conteúdos jornalísticos realistas, acessíveis e impactantes, contribuindo para a valorização institucional das Forças Armadas junto à sociedade civil. Em 2011, atuou diretamente na resposta ao desastre da Região Serrana do Rio de Janeiro, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro (RJ). Foi agraciado com as Medalhas Amigo da Marinha, Mérito Veterano da Associação dos Veteranos da Força Aérea Brasileira (AVFAB) e Mérito Tamandaré, concedida pela Marinha do Brasil. Atualmente é Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e do Defesa em Foco, coordenando reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional com linguagem ética, técnica e engajadora.
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