Em cada Base Aérea, em cada Esquadrão, em cada Organização Militar há mães que enfrentam jornadas desafiadoras: estão nas torres de controle, nos hangares, nas aeronaves e nos bastidores da defesa aérea, protegem e projetam a imagem da Instituição. São militares que, mesmo diante da rotina exigente e das constantes mudanças, seguem firmes no propósito de garantir a soberania do espaço aéreo brasileiro e, ao mesmo tempo, cultivar a presença, o carinho e o exemplo dentro de casa.
De mãe para filha: legado de serviço à Pátria é celebrado no Dia das Mães
A vocação para servir à Pátria pode nascer de muitas formas. Para a jovem Maria Luiza Silva de Lima, que hoje trilha seu caminho na FAB como Aluna da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), essa inspiração começou dentro de casa, ao observar a dedicação e a força de sua mãe, a Suboficial Especialista em Enfermagem Eliete Francisca da Silva.
Maria Luiza foi criada por sua mãe, que sempre teve o apoio da Instituição. “Minha admiração pelos militares começou ao ver minha mãe me criando sozinha, pagando todas as nossas despesas com o salário da FAB. Nós moramos por muito tempo numa vila militar. A FAB nunca nos desamparou”, conta a Aluna.
Desde cedo, a rotina da mãe fardada, saindo para o trabalho ainda de madrugada, marcou a infância e moldou valores. “Sempre via minha mãe acordando cedinho, colocando a farda e indo trabalhar, e achava a coisa mais admirável do mundo”, lembra.
A convivência constante com militares nos corredores dos hospitais da Aeronáutica, onde era atendida quando ficava doente ou acompanhava a mãe no trabalho, consolidou uma convivência natural com a disciplina, a pontualidade e o espírito de serviço. Assim, quando chegou o momento de escolher uma carreira, a resposta parecia óbvia: seguir os passos daqueles que sempre a cercaram com profissionalismo e dedicação.
“Lembrei de todos os meus anos cercada por militares tão regrados, respeitosos às ordens, que levam com seriedade e honra a profissão. Lembrei da trajetória da minha mãe e desejei fortemente isso para minha vida”, recorda.
Uma lembrança marcante em sua memória é o mês de janeiro de 2013, quando, durante as férias escolares, normalmente um período de proximidade com a mãe, ela teve que se ausentar para integrar a equipe de militares da área da saúde enviada pela FAB à cidade de Santa Maria (RS), onde prestaram apoio às vítimas da tragédia na Boate Kiss. “Eu não entendia o porquê da ausência dela naquela época, mas hoje sei que é disso que se trata a vida militar. É servir, mesmo quando isso exige sacrifícios pessoais”, emocionou-se.
Para a Suboficial Eliete, o orgulho de ver sua filha seguir seus passos não poderia ser maior. “Ver minha filha interessada em seguir a carreira militar é um momento de realização pessoal. Sei que ela compreende o quanto é importante e o quanto exige responsabilidade, disciplina e, acima de tudo, amor pelo País”, diz emocionada.
A história da Sargento Carla Bedaque e de sua filha Ana Laura Bedaque é outro exemplo inspirador de como a admiração por uma profissão pode ser passada de mãe para filha, transformando-se em uma trajetória de orgulho e continuidade. Carla, militar da Força Aérea, sempre teve em sua rotina uma combinação de disciplina, respeito à hierarquia e o compromisso com a Pátria, valores que passaram a ser compartilhados e admirados por Ana Laura desde muito cedo. “Eu cresci vendo minha mãe sempre tão forte e determinada, a maior referência de coragem e dedicação. Eu a admiro demais”, afirma Ana Laura, hoje estudante de um Colégio Militar, onde começa a seguir os passos da mãe.
Carla, por sua vez, não esconde o orgulho ao ver a filha seguir seus sonhos de maneira tão convicta. “Sempre busquei mostrar a ela que a vida militar exige muito, mas também oferece recompensas imensuráveis. Ver Ana Laura tão empenhada, interessada em se aprofundar nas mesmas lições que eu aprendi, me deixa imensamente feliz. É um orgulho indescritível saber que ela se inspira em mim e quer seguir essa carreira que tanto me ensinou sobre responsabilidade e amor”, destacou.
A história de Eliete e Maria Luiza, assim como a de Carla e Ana Laura, reflete o impacto transformador da FAB, não apenas na defesa do Espaço Aéreo nacional, mas também na vida de inúmeras famílias brasileiras. Essas histórias inspiram vocações e perpetuam valores essenciais, como honra, coragem e dedicação, que são transmitidos de geração em geração.
