Marinha abre concurso para Juiz Especialista

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A Marinha do Brasil (MB) divulgou edital de concurso público para o cargo de juiz do Tribunal Marítimo, especializado em Armação de Navios e Navegação Comercial. As inscrições estão abertas e seguem até 13 de maio. O vencimento básico inicial é de R$ 18.484,54.

Para disputar a vaga é preciso ser brasileiro nato ou naturalizado, ter mais de 18 anos na data da posse e possuir curso superior completo em qualquer área, em instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). Também é preciso comprovar, por meio de documentos e certidões, ao menos cinco anos de experiência no exercício de cargo de direção ou gerência em empresa de navegação marítima. Outros requisitos básicos à investidura estão descritos no edital.

A taxa de inscrição é de R$ 300,00, mas os candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) ou doadores de medula óssea podem solicitar isenção da taxa entre os dias 14 e 22 de abril. No preenchimento do formulário de inscrição, os interessados devem selecionar a opção correspondente à isenção e enviar a documentação comprobatória.

As inscrições são feitas exclusivamente no site do Tribunal Marítimo. Na “Área do Candidato” é necessário realizar o cadastro (ou acessar com login e senha já existentes), preencher o formulário com os dados pessoais e gerar o boleto para pagamento da taxa.

Etapas do Concurso

Segundo o cronograma (Anexo A do edital), o processo seletivo será composto por cinco etapas. A primeira consiste em uma prova escrita objetiva, com 50 questões de múltipla escolha, distribuídas da seguinte forma: 20 questões sobre Direito Marítimo e Direito do Mar (Bloco I); 15 sobre Direito da Navegação e Direito Processual Civil (Bloco II); e 15 sobre Direito Portuário, Direito Administrativo e Direito Penal correlato (Bloco III). A prova, de caráter eliminatório e classificatório, terá duração de três horas, e o conteúdo programático para cada bloco de matérias pode ser encontrado no Anexo B do edital.

No mesmo dia, à tarde, será aplicada a prova escrita discursiva (segunda etapa), também eliminatória e classificatória, com questões dos mesmos três blocos. Somente os candidatos com nota igual ou superior a 50 pontos e classificados entre os 20 primeiros na prova objetiva terão a prova discursiva corrigida. Candidatos empatados na vigésima posição também serão contemplados.

A terceira etapa envolve a inscrição definitiva, sindicância de vida pregressa, investigação social e avaliação de aptidão física e mental, todas de caráter eliminatório. A sindicância e a investigação, que se estendem até a nomeação, avaliam os antecedentes criminais, sociais e profissionais, com o propósito de aferir a idoneidade do candidato. Já a avaliação de aptidão física e mental verifica se o candidato reúne as condições necessárias para o desempenho das funções.

A prova oral compõe a quarta etapa do processo seletivo e será realizada em sessão pública, com caráter eliminatório e classificatório. A avaliação abordará temas do conteúdo programático (Anexo B) e levará em conta o domínio técnico, o uso adequado da linguagem, a articulação do raciocínio, a capacidade de argumentação e o uso correto do vernáculo. Serão convocados para essa fase apenas os candidatos que tiverem a inscrição definitiva deferida, forem aprovados na sindicância de vida pregressa, na investigação social e na avaliação de aptidão física e mental, além de estarem entre os cinco primeiros colocados na etapa anterior — incluídos os empatados na quinta posição.

Na quinta e última etapa, a banca examinadora avaliará os títulos dos candidatos aprovados na prova oral. Os documentos deverão ser entregues no dia seguinte à realização da prova, em local a ser divulgado. Essa fase é exclusivamente classificatória. A pontuação seguirá o gabarito previsto no edital, podendo totalizar até 100 pontos. Caso o candidato apresente múltiplos títulos de um mesmo item, será considerada apenas a existência do título, e não a quantidade. Serão válidos apenas os diplomas obtidos até o prazo final para a inscrição preliminar.

Para eventuais dúvidas, deverá ser enviado e-mail para: [email protected].

Conheça o Tribunal Marítimo

O Tribunal Marítimo é um órgão autônomo, com jurisdição em todo o território nacional, auxiliar do Poder Judiciário, vinculado ao Comando da Marinha. A Corte julga acidentes e fatos da navegação marítima, fluvial e lacustre, determinando as causas, circunstâncias e extensões destes. Além disso, o Tribunal Marítimo tem como atribuição manter registros de armadores, de propriedade marítima, de ônus sobre embarcações brasileiras e o Registro Especial Brasileiro.

Em um País como o Brasil, com seu extenso litoral, a Corte Marítima é o único órgão a desempenhar este papel de fundamental importância. A atuação do colegiado, há nove décadas, contribui de forma efetiva para a segurança da navegação, a salvaguarda da vida humana no mar e, também, para a prevenção da poluição ao meio ambiente hídrico.

Seus acórdãos estabelecem os responsáveis pelos acidentes e fatos da navegação e aplicam as penas cabíveis, propondo também medidas preventivas e de segurança da navegação. Em razão da elevada especialização do colegiado de Juízes, as decisões da corte têm presunção de certeza, e são utilizadas no Poder Judiciário em processos de natureza indenizatória e criminal, decorrentes de naufrágios, encalhes, colisões, explosões e incêndios, além de avarias, alterações de rota, bem como o emprego de embarcações para prática de atos ilícitos.

Saiba mais na reportagem “Você conhece o Tribunal Marítimo?”.

Assista ao vídeo:

youtube[https://www.youtube.com/embed/N5WfKMCByjg]

Fonte: Agência Marinha

Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano militar e ex-integrante de unidades especiais, com sólida atuação na cobertura de atividades das Forças Armadas brasileiras. Possui formação complementar em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares, realizados pelo Exército Brasileiro em diferentes biomas, além de capacitações no COPPAZNAV (Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltadas à cobertura em áreas de conflito. Atualmente aplica seus conhecimentos técnicos na produção de conteúdos jornalísticos realistas e acessíveis sobre o ambiente operacional das tropas, contribuindo para a valorização e compreensão da importância das Forças Armadas pelo público civil. Em 2011, deixou os registros de lado para atuar diretamente no desastre da Região Serrana do RJ, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro-RJ. Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e Defesa em Foco, é responsável por reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional.

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