Entre os dias 5 e 16 de maio, militares da Marinha do Brasil (MB) participam do Exercício Operacional de Evacuação Aeromédica, com foco em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR), conduzido pela Força Aérea Brasileira (FAB), em Manaus (AM). O treinamento contribui para o fortalecimento da Defesa Nacional contra ameaças não convencionais, ou seja, situações que envolvem riscos de contaminação por agentes tóxicos, radiológicos, biológicos ou nucleares.
O Comandante de Proteção e Defesa NBQR da Marinha, Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Anderson Ribeiro de Mattos, explica que os exercícios são realizados de forma conjunta com militares da MB, FAB e do Exército Brasileiro (EB). “É um momento ímpar para as Forças porque estamos treinando ao máximo a interoperabilidade.”
O Comandante Anderson ressalta que as ameaças não convencionais abrangem uma variedade de situações, para as quais as Forças Armadas mantêm-se aprestadas e prontas para enviar uma equipe de resposta imediata. Entre os exemplos estão a possibilidade de explosão em uma indústria petroquímica, vazamentos ou contaminações biológicas, além de desastres naturais em áreas com materiais radiológicos.
Simulação de Evacuação Aeromédica é realizada durante exercício conjunto a bordo do Navio de Assistência Hospitalar “Oswaldo Chagas” – Imagem: Sargento Gustavo / Marinha do Brasil“A Força Aérea está realizando a capacitação para uma ameaça dessa natureza, e militares da Marinha estão presentes, participando e contribuindo com esse treinamento. É uma oportunidade para realizar um intercâmbio de informações e experiências, conhecer melhor as equipes para um eventual acionamento, não apenas no território nacional, mas também em países do nosso entorno estratégico”, afirma.
A Marinha mantém-se aprestada e atualizada para coordenar e integrar atividades de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica, inclusive em articulação com as demais Forças. Neste Exercício Operacional, foram embarcadas cerca de três toneladas de material técnico de detecção e descontaminação dos Fuzileiros Navais na aeronave KC-390 da FAB, no esquadrão sediado no Rio de Janeiro, garantindo mobilidade estratégica em caso de emergência.
Ambiente ribeirinho
Durante o Exercício Operacional, foram realizadas operações aéreas a bordo do Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) “Oswaldo Cruz”, subordinado ao Comando da Flotilha do Amazonas. O objetivo da ação foi adestrar as equipes de saúde das três Forças na realização de atendimentos de emergência e evacuações aeromédicas em uma área contaminada, aplicando protocolos específicos de descontaminação.
Durante o Exercício Operacional, foram realizadas operações aéreas a bordo do Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) “Oswaldo Cruz”, subordinado ao Comando da Flotilha do Amazonas. O objetivo foi adestrar as equipes de saúde das três Forças na execução de atendimentos de emergência e evacuações aeromédicas em área contaminada, aplicando protocolos específicos de descontaminação.
“Estamos aprimorando a atuação de nossas equipes com foco na proteção contra essas ameaças não convencionais e, mais do que isso, na preservação da integridade das equipes de saúde mobilizadas para áreas contaminadas”, destacou o Comandante do 2º Batalhão de Proteção e Defesa NBQR (2ºBtlProtDefNBQR), Capitão de Fragata (Fuzileiro Naval) Leonardo Garcia, integrante da Divisão Litorânea da Força de Fuzileiros da Esquadra.
Além dos militares do 2ºBtlProtDefNBQR, participam do treinamento integrantes da Unidade Médica Expedicionária da Marinha (UMEM), compondo as equipes de EVAM em conjunto com militares da FAB.

Interoperabilidade
O Coronel (Médico) Dalton Muniz Santos, Chefe da Divisão DBNQR da Força Aérea, destacou que, em regiões remotas da Amazônia, apenas o Navio de Assistência Hospitalar da Marinha pode ser utilizado como ponto de estabilização de vítimas em cenários NBQR.
“Estamos trabalhando juntos em um ponto de assistência hospitalar que possui centro cirúrgico e pode ser transformado em ponto de estabilização. Em um eventual acionamento, faríamos um pouso intermediário aqui para estabilizar a vítima e, em seguida, seguiríamos para uma unidade de maior complexidade”, pontuou o Coronel.

O NAsH “Oswaldo Cruz” tem como missão prestar assistência médica às populações indígenas e ribeirinhas nos locais mais remotos da Amazônia Ocidental. O navio possui convoo apto a operar helicópteros Bell Jet Ranger IH-6 ou Esquilo UH-12. Em tempos de guerra, atua como unidade de recebimento e tratamento de baixas em operações ribeirinhas, contribuindo para o aprestamento das unidades operativas da região.
A integração entre o Corpo de Fuzileiros Navais e a Força Aérea Brasileira foi fortalecida recentemente com o transporte do Lançador Múltiplo de Foguetes ASTROS e dos mísseis MANSUP a bordo da aeronave KC-390, durante a Operação Jeanne D’Arc, realizada em março, em Fortaleza (CE). O exercício, além de reforçar esses laços, contou com integrantes de diversas unidades militares da região amazônica e de outras partes do País, ampliando a interoperabilidade entre as três Forças Armadas e contribuindo para a presença estratégica na região.

Foto de capa: Sargento Mônica / Força Aérea Brasileira