Marinha resgata tripulantes de barco pesqueiro à deriva na costa do Amapá

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A Marinha do Brasil (MB) resgatou, nesta terça-feira (4), três tripulantes de um barco pesqueiro que estavam à deriva em mar aberto, na altura da costa do Amapá, a cerca de 280 quilômetros da cidade de Macapá (AP).

A embarcação sofreu uma avaria de máquinas durante a navegação e ficou à deriva, em pleno Oceano Atlântico. Além do problema na propulsão da embarcação sinistrada, um dos seus três tripulantes, que sofre de problemas cardíacos, passou a apresentar dores no peito ainda em alto-mar.

Os tripulantes pediram socorro via rádio UHF, dias depois de a embarcação pesqueira desatracar da cidade do Oiapoque (AP), no dia 21 de fevereiro, com destino ao município de Vigia (PA).

No dia 28 de fevereiro, o barco ficou à deriva, após uma avaria no sistema de combustível. A peça danificada foi substituída e a viagem prosseguiu. Porém, no dia 2 de março, a embarcação voltou a apresentar problemas no motor, ficando novamente à deriva.

A situação se agravou quando um dos tripulantes, um pescador de 52 anos, sofreu com dificuldades para se locomover e fortes dores no peito, caracterizadas por “pontadas” na altura do tórax.

O Navio-Patrulha “Bocaina”, sediado em Belém (PA), foi acionado logo após o pedido de socorro do barco pesqueiro, e suspendeu da Base Naval de Val de Cães, em Belém (PA), pouco antes da meia-noite do dia 3 de março. Após cerca de 30 horas de navegação, o Navio-Patrulha “Bocaina” interceptou a embarcação à deriva.

Algumas horas antes do resgate, o tripulante que passava mal foi atendido, por rádio, pelo médico de bordo do Navio-Patrulha “Bocaina”. Durante a teleconsulta, o tripulante relatou que os sintomas persistiam há quatro dias e que as dores pioravam de forma progressiva. Relatou, ainda, fazer uso contínuo de medicamentos para o coração, mas que seus remédios haviam acabado há uma semana.

Após a chegada do Navio-Patrulha “Bocaina” ao local, o tripulante foi transferido à enfermaria do navio da MB, onde foi atendido pelo médico responsável, sendo estabilizado. O barco de pesca sinistrado foi rebocado até a sede da Capitania dos Portos do Amapá, na cidade de Santana (AP).

A Capitania dos Portos do Amapá instaurou um Inquérito de Acidentes e Fatos da Navegação, a fim de investigar as causas e responsabilidades do ocorrido.

Barco não tinha autorização

O barco pesqueiro sinistrado, que foi socorrido em alto-mar, possui 10,6m de comprimento e 2,70m de boca (largura). De acordo com sua inscrição, a embarcação não possui autorização para navegar em mar aberto, estando autorizada somente para águas interiores. Ao descumprir deliberadamente as regras de segurança de navegação, o comandante da embarcação colocou em risco a sua vida e as dos demais tripulantes.

Devido ao descumprimento das normas sobre segurança da navegação, estabelecidas pela Capitania dos Portos do Amapá, Agente da Autoridade Marítima na região, o comandante do barco de pesca pode ter seu certificado de habilitação suspenso.

Navio-Patrulha “Bocaina”

O Navio-Patrulha “Bocaina” foi incorporado à Marinha em 10 de julho de 1998. Subordinado ao Comando do 4º Distrito Naval, o navio integra o Grupamento de Patrulha Naval do Norte, atuando na segurança do tráfego marítimo e no patrulhamento naval e inspeção naval no litoral e nos rios dos estados do Amapá, Maranhão, Pará e Piauí.

O navio é equipado com um canhão de 40mm e duas metralhadoras. Tem 47,6m de comprimento, boca (largura) de 10,5m e calado (distância entre a quilha e a linha d’água) de 3,1m.

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Fonte: Agência Marinha

Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano militar e ex-integrante de unidades especiais, com sólida atuação na cobertura de atividades das Forças Armadas brasileiras. Possui formação complementar em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares, realizados pelo Exército Brasileiro em diferentes biomas, além de capacitações no COPPAZNAV (Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltadas à cobertura em áreas de conflito. Atualmente aplica seus conhecimentos técnicos na produção de conteúdos jornalísticos realistas e acessíveis sobre o ambiente operacional das tropas, contribuindo para a valorização e compreensão da importância das Forças Armadas pelo público civil. Em 2011, deixou os registros de lado para atuar diretamente no desastre da Região Serrana do RJ, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro-RJ. Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e Defesa em Foco, é responsável por reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional.

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