Metade dos golpes cibernéticos tipo phishing usarão vozes sintéticas em 2025

Data:


Os ataques cibernéticos aumentam globalmente, acompanhando a crescente presença de dispositivos conectados em praticamente todos os aspectos da vida cotidiana.

Segundo o relatório Top Cybersecurity Predictions for 2024-2025, do Gartner, estima-se que, em 2025, 50% dos ataques de phishing utilizarão deepfakes ou vozes sintéticas.

Essa realidade revisitou a necessidade emergente de uma segurança digital robusta, indo além de simples firewalls ou antivírus. Ela envolve uma abordagem integrada que considera desde a conscientização dos usuários até o investimento em tecnologias avançadas, como cyber threat intelligence (CTI), inteligência artificial e criptografia quântica.

Em um levantamento recente, a Apura Cyber Intelligence, especializada em segurança cibernética e apuração em meios digitais, destacou algumas das principais tendências e ameaças que estarão como “top trends” em 2025. 

“A globalização dos crimes cibernéticos, que já causam perdas de bilhões de dólares, é apenas o início de uma série de desafios que vão desde ameaças à vida humana até impactos de natureza econômica e reputacional. A transformação digital tornou a cibersegurança uma pauta central para governos e corporações, exigindo investimentos não apenas em novas tecnologias, mas também em educação e conscientização”, explica Sandro Suffert, CEO da Apura.

Abaixo, listamos as principais tendências para 2025:

1 – Novas formas de autenticação 

Uma das tendências emergentes mais significativas é a migração para soluções de autenticação mais robustas. Com a vulnerabilidade das senhas já exposta por uma série de vazamentos, métodos como a autenticação biométrica e dispositivos de segurança como as chaves FIDO2 ganham terreno. Gigantes da tecnologia como Microsoft, Google e Apple já adotaram essas soluções para reduzir a dependência das tradicionais senhas, ampliando a segurança para usuários finais.

2 – IA: dos “bandidos” aos “mocinhos”

A inteligência artificial (IA) está pavimentando um novo caminho na cibersegurança. Enquanto agentes maliciosos aprimoram os ciberataques com a ajuda de IA, criadores das defesas digitais estão igualmente acelerando o desenvolvimento de ferramentas mais eficazes para identificação e mitigação de ameaças.

“Um exemplo está nas técnicas de deepfake, por exemplo, que utilizam inteligência artificial e permitem criar vídeos, imagens ou áudios falsificados de maneira extremamente realista. Elas são usadas para manipular o que as pessoas dizem ou fazem, com o objetivo de enganar indivíduos e empresas, e também podem ser usadas para tentar burlar as ferramentas de autenticação biométrica facial. Esse certamente será um grande desafio em 2025″, ressalta Sandro Suffert.

“Outro obstáculo será as mensagens direcionadas de phishing — como no “spear phishing”, onde os atacantes se concentram em vítimas específicas com informações personalizadas, e no “business email compromise” (BEC), em que criminosos se passam por executivos para fraudar transferências financeiras — que se tornarão ainda mais personalizadas e difíceis de identificar, à medida que as IAs avançam em sua capacidade de emular comportamentos humanos”, completa Suffert.

3 – Novas e velhas táticas: a expansão do ciberterrorismo

O aumento do ciberterrorismo, que objetiva desiludir e desestabilizar adversários mediante ataques cibernéticos, e o surgimento de campanhas de espionagem digital que visam o roubo de informações proprietárias, são sintomas de um cenário global cada vez mais volátil, alimentado por tensões geopolíticas e interesses econômicos

Dispositivos IoT e sistemas industriais serão os alvos preferenciais dos grupos ciberterroristas, ao controlarem infraestrutura crítica e armazenarem dados sensíveis. Entre os ataques crescentes está o de negação de serviços (DDoS), movidos por redes de dispositivos vulneráveis, que representam um perigo crescente.

4 – Novas leis setoriais

No plano regulatório espera-se um reforço significativo de políticas e leis de cibersegurança específicas para vários setores vitais, como finanças, saúde e indústria. Tais medidas são impulsionadas pela necessidade de proteger dados sensíveis, ao mesmo tempo que desencorajam práticas como o pagamento de resgates em ataques de ransomware.

6 – Segurança com diferencial de mercado

Mais que proteção, as organizações comprometidas com a segurança digital podem conquistar vantagem competitiva, ganhando a confiança de consumidores e investidores. A crescente conscientização sobre a importância da cibersegurança fará dessa área um diferencial estratégico no mercado.

7 – Educação e Conscientização

Seguindo o senso de urgência no combate às complexas ameaças e golpes online, a educação e a conscientização em cibersegurança se tornam investimentos vitais. Tanto as corporações quanto os governantes devem priorizar meios de educar a população para criar uma defesa mais abrangente e resiliente contra a cadeia de ameaças cibernéticas.

8 – Gestão, monitoramento e proatividade em cibersegurança

À medida que as ameaças cibernéticas se tornam mais sofisticadas, a gestão das ferramentas de segurança e a identificação de falhas em tais ferramentas começam a representar desafios críticos para as organizações. Em 2025, a busca pela exploração de lacunas nessas proteções se intensifica, exigindo uma vigilância constante e uma atuação proativa para evitar consequências devastadoras.

O impacto da cibersegurança em 2025 e para os próximos anos

Os números são claros: a cibersegurança está no centro das prioridades globais. Segundo a Statista, o mercado global de cibersegurança deve crescer, e muito, atingindo US$ 14,3 bilhões até final de 2025. Esse aumento reflete não apenas a necessidade de proteção, mas também a conscientização sobre os impactos sociais e econômicos das ameaças digitais.

“No complexo corredor da era digital que nos aguarda, a cibersegurança será um pilar para a proteção de dados e para a estabilidade social e econômica global”, conclui Suffert.

Sobre a Apura Cyber Intelligence acesse: https://apura.com.br/


Fonte: DCIBER

Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano militar e ex-integrante de unidades especiais, com sólida atuação na cobertura de atividades das Forças Armadas brasileiras. Possui formação complementar em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares, realizados pelo Exército Brasileiro em diferentes biomas, além de capacitações no COPPAZNAV (Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltadas à cobertura em áreas de conflito. Atualmente aplica seus conhecimentos técnicos na produção de conteúdos jornalísticos realistas e acessíveis sobre o ambiente operacional das tropas, contribuindo para a valorização e compreensão da importância das Forças Armadas pelo público civil. Em 2011, deixou os registros de lado para atuar diretamente no desastre da Região Serrana do RJ, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro-RJ. Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e Defesa em Foco, é responsável por reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional.

    Ver todos os posts

Popular

Últimas Postagens
matérias

A Importância de Pensar como um Preparador: Lições do Apagão na Europa

Na última semana, um apagão de grandes proporções atingiu...

Atech conecta pessoas e ideias em Fórum sobre o futuro da mobilidade, segurança e inteligência artificial

A Atech, empresa do Grupo Embraer, realizou na quinta-feira,...

Marinha conclui sondagem e atualiza cartas náuticas de importante trecho no Marajó

A Marinha do Brasil (MB) anunciou, na última semana,...

Exército Brasileiro é Destaque na Preservação Ambiental e Pesquisa Científica na Restinga da Marambaia

O Exército Brasileiro tem se destacado internacionalmente por sua...