Plano de Ação Prepper: Como se Preparar para o Que Está por Vir

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Você já parou para pensar no que faria se uma crise grave atingisse o Brasil? E se supermercados fechassem, a energia acabasse ou o dinheiro perdesse valor de um dia para o outro? Parece exagero? Pois saiba que não é.

A palavra “prepper” vem do inglês to prepare — preparar-se. Ser um prepper não é viver com medo. É agir com consciência e responsabilidade diante das incertezas do mundo atual. E essas incertezas são muitas: crise econômica, inflação, apagões, escassez de alimentos, colapsos políticos. O Plano de Ação Prepper mostra como qualquer cidadão pode se organizar para proteger sua família e sua comunidade.

A seguir, explicamos passo a passo como montar sua estratégia de preparação, dividida em sete áreas fundamentais:

1. Área Financeira – Proteja seu Dinheiro e sua Liberdade

Objetivo: Evitar perdas e manter o controle sobre o próprio dinheiro.

O que fazer:

  • Guarde 30% do seu dinheiro em reais, em conta e também em espécie (em notas novas e pequenas).

  • Converta 30% em moedas fortes como dólar, euro ou até em criptomoedas estáveis (USDC).

  • Reserve 20% em ouro físico, se possível em pequenas quantidades.

  • Guarde 10% em criptomoedas fortes (como Bitcoin ou Ethereum), com acesso offline.

  • Tenha 10% em itens úteis para troca, como alimentos, ferramentas, medicamentos e até combustível.

Além disso:

  • Quite suas dívidas, especialmente as que têm juros altos.

  • Evite fazer novos financiamentos de longo prazo.

  • Guarde uma reserva de emergência para 6 a 12 meses dos seus gastos básicos.

  • Encontre formas alternativas de ganhar dinheiro (consultoria, produção artesanal, serviços locais).

2. Área Alimentar – Estoque de Comida para o Inesperado

Objetivo: Ter alimentos suficientes para 3 a 6 meses sem depender do supermercado.

O que fazer:

  • Monte um estoque com: arroz, feijão, macarrão, açúcar, sal, leite em pó, sardinha, enlatados, óleo e temperos.

  • Inclua alimentos com validade longa, armazenados em local seco e arejado.

  • Aprenda a conservar alimentos: desidratação, fermentação, defumação e enlatamento caseiro.

  • Cultive uma horta doméstica com alimentos fáceis: couve, batata-doce, manjericão, quiabo.

  • Tenha sementes crioulas guardadas e aprenda a adubar a terra naturalmente.

3. Área Energética – Luz, Calor e Comunicação Quando a Rede Cair

Objetivo: Manter energia mínima para sobreviver em um apagão ou colapso.

O que fazer:

  • Instale painéis solares simples com bateria para carregar lanternas e celulares.

  • Compre um gerador portátil, com estoque de combustível guardado com segurança.

  • Tenha lanternas LED, fósforos, velas, lampiões e isqueiros sempre disponíveis.

  • Guarde pilhas e um carregador solar.

  • Use fogareiro a gás ou até um forno à lenha para cozinhar em emergências.

4. Área de Segurança – Proteger o Lar e os Seus

Objetivo: Evitar riscos como invasões, saques e violência urbana em situações de crise.

O que fazer:

  • Reforce portas, janelas e o entorno da casa com grades, trincos e, se possível, câmeras.

  • Crie um plano de retirada para local mais seguro (como um sítio ou casa de parentes).

  • Aprenda defesa pessoal e formas de se proteger (com bastão, spray de pimenta, alarmes).

  • Monte uma rede de apoio com vizinhos de confiança.

  • Estude o uso responsável de equipamentos de defesa (onde permitido por lei).

5. Área de Saúde – Cuidados Mesmo Sem Hospital

Objetivo: Reduzir a dependência do sistema público de saúde em caso de colapso.

O que fazer:

  • Monte sua farmácia pessoal com:

    • Analgésicos, antitérmicos, antibióticos de uso comum, remédios para pressão, diabetes (se usar).

    • Itens de primeiros socorros: gaze, álcool, esparadrapo, soro, bandagens, tesoura, luvas.

  • Faça cursos de primeiros socorros e suporte básico à vida (SBV).

  • Garanta higiene com sabão, papel, álcool, cloro, purificadores de água e panos reutilizáveis.

6. Área de Informação e Comunicação – Fique Conectado Quando Tudo Ficar em Silêncio

Objetivo: Ter acesso a notícias e manter comunicação com sua rede mesmo se a internet falhar.

O que fazer:

  • Tenha um rádio de pilha ou manivela (AM/FM e, se possível, ondas curtas).

  • Participe de grupos de alerta e ajuda no WhatsApp, Telegram ou rádio PX.

  • Baixe mapas e guias em PDF que funcionam offline.

  • Combine senhas, sinais e códigos com amigos ou familiares.

  • Faça backup de dados importantes, tanto físico quanto digital (criptografado).

7. Área Psicológica e Espiritual – Clareza, Esperança e Propósito

Objetivo: Manter equilíbrio emocional e força interior em tempos difíceis.

O que fazer:

  • Desenvolva rotinas de disciplina e paz mental com leitura, meditação, oração ou reflexão.

  • Fortaleça laços familiares e comunitários com planos conjuntos.

  • Mantenha um diário, pratique gratidão, cultive bons pensamentos e pequenas alegrias.

Preparar é prudência, não paranoia

Não se trata de viver com medo ou esperar o pior. Mas de planejar com sabedoria diante de riscos cada vez mais evidentes. E, no Brasil de hoje, com instabilidades econômicas, climáticas e sociais, a preparação deixou de ser um luxo. Virou necessidade.

Você não precisa esperar o caos para agir. Pode começar hoje. Um passo de cada vez.

Se quiser continuar aprendendo, acompanhe dicas e estratégias atualizadas em:

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Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano das Forças Armadas e ex-integrante de unidades especiais, com ampla experiência na cobertura de operações militares, treinamentos e atividades estratégicas das Forças Armadas brasileiras. Sua atuação combina expertise técnico-operacional com sólida formação civil voltada à comunicação em ambientes de defesa, incluindo capacitações específicas em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares realizados pelo Exército Brasileiro em diversos biomas do país, além de cursos no COPPAZNAV (Curso de Correspondente de Paz da Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltados à cobertura em áreas de conflito e operações de paz. É reconhecido por produzir conteúdos jornalísticos realistas, acessíveis e impactantes, contribuindo para a valorização institucional das Forças Armadas junto à sociedade civil. Em 2011, atuou diretamente na resposta ao desastre da Região Serrana do Rio de Janeiro, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro (RJ). Foi agraciado com as Medalhas Amigo da Marinha, Mérito Veterano da Associação dos Veteranos da Força Aérea Brasileira (AVFAB) e Mérito Tamandaré, concedida pela Marinha do Brasil. Atualmente é Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e do Defesa em Foco, coordenando reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional com linguagem ética, técnica e engajadora.

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