Preparacão Realista: Como os Preppers Estão se Adaptando às Crises Cotidianas em 2025

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O movimento de preparadores (preppers), historicamente associado a cenários apocalípticos, está passando por uma evolução significativa. Em 2025, com o aumento das catástrofes naturais, crises energéticas, instabilidades econômicas e falhas sistêmicas urbanas, surge uma nova abordagem: a preparação realista. Esta tendência destaca a aplicação prática e cotidiana dos conhecimentos e técnicas de sobrevivência, voltadas não apenas para o “fim do mundo”, mas para situações reais e frequentes.

Levantamento Global

Nos Estados Unidos, a FEMA e comunidades locais desenvolveram programas como o CERT (Community Emergency Response Team), onde cidadãos recebem treinamento para agir em situações de desastre natural. No Japão, onde terremotos são frequentes, escolas e bairros realizam simulações mensais de evacuação e uso de abrigos. Na Europa, a Alemanha possui estoques de alimentos e manuais distribuídos à população desde a Guerra Fria, atualizados constantemente.

Na América Latina, o Chile é referência na preparação para terremotos, enquanto no Brasil cresce o interesse por treinamentos de primeiros socorros, bushcraft e uso de fontes alternativas de energia após crises como o apagão no Amapá (2020) e as enchentes no Sul (2023).

Materiais & Equipamentos

Os itens mais valorizados atualmente incluem:

  • Kits de primeiros socorros com torniquetes, bandagens estéreis, medicamentos básicos e inaladores.
  • Fontes de energia portáteis, como lanternas solares e baterias de reserva.
  • Filtros de água por gravidade ou UV, essenciais em casos de contaminação de mananciais.
  • Ferramentas multifuncionais (canivetes, paracord, acendedores).
  • Mochilas de emergência (Bug Out Bags) adaptadas ao contexto urbano: leves, discretas e eficientes.

No Brasil, empresas como Nautika, Guepardo e Invictus têm ampliado seus catálogos, enquanto importadores disponibilizam opções da Lifestraw, Leatherman e Goal Zero.

Sociabilidade e Rede de Apoio

A cultura de “cada um por si” está dando lugar à organização de redes de confiança. Pequenos grupos de vizinhança com listas de contatos, divisão de tarefas e planos de evacuação têm se mostrado eficazes. Aplicativos como o Bridgefy (comunicação via Bluetooth sem internet) e Zello (PTT via celular) estão ganhando adeptos.

Recomenda-se a formação de grupos locais com encontros mensais, revisões de equipamentos e simulações. Protocolos como uso de palavras-código, turnos de vigilância e rotas seguras de fuga aumentam a segurança.

Desenvolvimento de Habilidades

Quatro competências-chave para o preparador moderno:

  1. Primeiros Socorros Avançados – ferimentos, RCP, imobilizações.
  2. Comunicação autônoma – uso de rádios HT, redes P2P.
  3. Gestão de recursos – armazenamento rotativo, cultivo urbano.
  4. Tomada de decisão sob pressão – comportamento em situações-limite.

Cronograma de Treinamento:

  • Curto prazo (1-3 meses): curso básico de primeiros socorros, montar kit pessoal, estudar mapeamento local.
  • Médio prazo (6-9 meses): participar de simulações comunitárias, dominar o uso de rádio, iniciar horta caseira.
  • Longo prazo (1+ ano): formar grupo estruturado, adquirir equipamentos técnicos, ministrar oficinas.

A preparação realista se consolida como um novo paradigma dentro do movimento prepper, adaptando-se às condições brasileiras e às crises reais do século XXI. Ela não é mais um estilo de vida de nicho, mas uma competência essencial para quem deseja garantir segurança, autonomia e resiliência em um mundo cada vez mais incerto.

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Referências Bibliográficas

  • FEMA. CERT Training Manual. 2023.
  • Cruz Vermelha Internacional. “Manual de Primeiros Socorros”. 2022.
  • Defesa Civil do Japão. Planos de evacuação comunitários. 2021.
  • The Guardian. “Everyday Preppers: Survivalism for the Real World”. 2025.
  • Defesa Civil do Brasil. “Planos de contingência em enchentes”. 2023.

 

Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano militar e ex-integrante de unidades especiais, com sólida atuação na cobertura de atividades das Forças Armadas brasileiras. Possui formação complementar em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares, realizados pelo Exército Brasileiro em diferentes biomas, além de capacitações no COPPAZNAV (Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltadas à cobertura em áreas de conflito. Atualmente aplica seus conhecimentos técnicos na produção de conteúdos jornalísticos realistas e acessíveis sobre o ambiente operacional das tropas, contribuindo para a valorização e compreensão da importância das Forças Armadas pelo público civil. Em 2011, deixou os registros de lado para atuar diretamente no desastre da Região Serrana do RJ, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro-RJ. Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e Defesa em Foco, é responsável por reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional.

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