O que a Primeiro-Tenente Daniele Costa e o Primeiro-Tenente Luiz Crispim têm em comum? Eles são médicos e escolheram a Marinha do Brasil (MB) para exercer a profissão. Ambos são naturais de Manaus (AM) e atuaram em atendimentos médico-hospitalares em comunidades ribeirinhas de difícil acesso, com apoio dos “Navios da Esperança” da MB, assim conhecidos popularmente por aqueles que vivem nos rincões da Amazônia e do Pantanal.
Mas, afinal, por que esses médicos decidiram pela vida militar? Para a Primeiro-Tenente (Médica) Daniele Bruno da Silva Costa, de 37 anos, pediatra, “o ato médico em si diferencia pouco: o cuidar deveria ser igual em qualquer lugar ou circunstância. Porém, o médico civil está restrito ao seu próprio atendimento, empreendimento ou contrato. O militar serve à sua Pátria e tem rotina e deveres que vão além da especialidade médica, além de ter oportunidade de conhecer lugares mais remotos, atuar em situação de risco e desastres, realizar cursos e se especializar.”
Na Marinha desde 2019, a Primeiro-Tenente (Médica) Daniele Costa participou de diversas missões e sempre se comove ao saber que tem um povo distante, escondido e que aguarda ansiosamente a chegada dos navios da MB. “Eles se arrumam, colocam a melhor roupa, te acolhem em suas casas e te agradecem com um carinho que dinheiro nenhum pagaria.” Ela se sente honrada por ter a sua vocação de pediatra à disposição. “Estive presente em um parto de uma indígena Yanomami e pude auxiliar nos cuidados”, lembra.
Já o Primeiro-Tenente (Médico) Luiz Fhelipe Gomes Crispim, de 26 anos, considera o trabalho do dia a dia e os direitos remuneratórios como os principais diferenciais. “A rotina do médico militar é mais diversificada, podendo incluir atividades em locais incomuns, o que proporciona uma experiência profissional enriquecedora e diferente da prática médica civil tradicional. Em relação ao aspecto financeiro, ser militar propicia uma maior estabilidade.” Ele ainda explicou que o militar médico consegue realizar plantão externo também, caso queira complementar a renda.
Com um pouco mais de um ano na MB, o Primeiro-Tenente (Médico) Crispim chegou a ficar 129 dias no Acre em uma missão. O militar expressa satisfação em levar atendimento médico a comunidades isoladas. “Sinto-me feliz em ajudar a levar mais saúde às populações ribeirinhas e por retribuir ao meu Estado tudo aquilo que ele me proporcionou durante minha formação como médico.” Para ele, atuar nos “Navios da Esperança” é vivenciar o lema que cada um deles carrega, como: “Saúde sem limites”, “Saúde onde houver vida” e “Saúde com dignidade”, afirma.
Como ingressar na Marinha
A Marinha publicou, no dia 27 de fevereiro, o edital para o Quadro de Médico do Corpo de Saúde da Marinha (CSM). São 75 vagas em diferentes áreas de conhecimento da Medicina e suas respectivas habilitações. As inscrições começam em 30 de abril e vão até 14 de maio de 2025. Durante o curso de formação, a remuneração bruta inicial é de R$ 9.070,60. É a oportunidade ideal para os candidatos que desejam concorrer a um dos cargos. As inscrições são realizadas em âmbito nacional, na página do Serviço de Seleção da Marinha.
Para concorrer a uma vaga do CSM, é necessário cumprir os seguintes requisitos: ser brasileiro nato; ter menos de 35 anos no dia 30 de junho de 2026; ter concluído ou estar em fase de conclusão do curso superior, além de estar registrado no órgão fiscalizador da profissão a que concorre até a data da matrícula no curso; possuir bons antecedentes de conduta; e estar em dia com as obrigações do Serviço Militar e da Justiça Eleitoral.
O Quadro de Médico é voltado para Oficiais atuarem em diferentes campos da Medicina: assistencial (ambulatórios, policlínicas e hospitais navais); operativa (navios e tropas); pericial (juntas de saúde); e pesquisas médicas (em institutos de pesquisas biomédicas). Há oportunidades para diversas áreas do conhecimento, como: clínica médica (cardiologia, dermatologia, endocrinologia, geriatria, pneumologia, proctologia); cirurgia geral (cardíaca, geral, oftalmologia, otorrinolaringologia, urologia); radiologia; anestesiologia; ginecologia e obstetrícia; pediatria; psiquiatria; ortopedia e traumatologia; e medicina de emergência.
Sobre o concurso
O concurso é dividido em etapas: prova objetiva de conhecimentos profissionais com 50 questões e redação (eliminatórias e classificatórias); eventos complementares, como: verificação de dados biográficos e de documentos, inspeção de saúde, teste de aptidão física (natação e corrida), prova de títulos e avaliação psicológica; e, por fim, o Curso de Formação de Oficiais (eliminatório e classificatório), que tem duração aproximada de 34 semanas, incluindo estágio de aplicação.
O plano de carreira compreende os seguintes postos: Guarda-Marinha (durante o curso), Primeiro-Tenente, Capitão-Tenente, Capitão de Corveta, Capitão de Fragata, Capitão de Mar e Guerra, podendo chegar a ocupar postos de Oficial-General.
Para mais informações sobre o certame, clique aqui.
Oficiais Médicos Temporários
Os médicos também pode concorrer a uma vaga para o Serviço Militar Voluntário, de vínculo temporário, sem expectativa de permanência e estabilidade. Para ingressar, é preciso participar de um processo seletivo organizado e executado por cada um dos nove Distritos Navais, sediados em todas as regiões do País. Diferentemente do concurso público, não é publicado edital, mas um aviso de convocação, divulgado regularmente com todas as regras da seleção. Acesse o site do Distrito Naval da sua região para acompanhar a publicação do Aviso de Convocação.
Acesse o portal da Agência Marinha de Notícias, o site de concursos da MB ou siga o perfil da Força nas mídias sociais para não perder nenhuma oportunidade. Vem pra Marinha!