A Atech, empresa do Grupo Embraer especializada em soluções tecnológicas para Defesa e Controle de Tráfego Aéreo, firmou um importante Acordo de Cooperação Técnica com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). O objetivo da parceria é desenvolver tecnologias avançadas na área de Guerra Eletrônica (GE), utilizando Inteligência Artificial (IA) para classificação de sinais e identificação de ameaças.
Iniciativa Estratégica para a Defesa Nacional
A cooperação prevê o uso de técnicas de de-interleaving, fundamentais para separar sinais sobrepostos em cenários de guerra eletrônica, permitindo maior precisão na identificação de emissores e ameaças. Essa tecnologia é essencial para ampliar as capacidades do Brasil na detecção, monitoramento e resposta a ações hostis no espectro eletromagnético — um dos principais campos de atuação em conflitos modernos.
Segundo nota oficial da Embraer, o projeto visa não apenas o desenvolvimento tecnológico, mas também o fortalecimento da relação entre a Atech e as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT) vinculadas às Forças Armadas, como parte de uma política de Estado para fomentar a Base Industrial de Defesa (BID).
Papel da Inteligência Artificial
A IA será empregada na construção de algoritmos capazes de realizar classificações automatizadas e em tempo real de sinais captados em cenários operacionais. Isso permitirá uma resposta mais rápida e eficiente a ameaças eletrônicas, ampliando a consciência situacional e a capacidade de contra-ataque do Brasil em operações conjuntas ou autônomas.
A aplicação de IA em Guerra Eletrônica é uma tendência global entre as principais potências militares, e com este acordo, o Brasil dá um importante passo para alinhar-se às tecnologias de ponta nesse setor.
Alinhamento com Políticas Nacionais e Incentivo à Pesquisa
O acordo também abre possibilidades para captação de recursos junto a agências de fomento à pesquisa, como a Finep e o CNPq, impulsionando novos projetos em colaboração com centros acadêmicos e tecnológicos nacionais. Essa aproximação fortalece o ecossistema de inovação em Defesa, além de proporcionar transferência de conhecimento entre a indústria e a academia.
Giacomo Feres Staniscia, Diretor de Negócios de Defesa da Atech, reforçou a importância da parceria:
“A iniciativa reforça o nosso compromisso em liderar projetos de inovação no Brasil, unindo forças com instituições de excelência como o ITA e o DCTA para promover avanços tecnológicos significativos, alinhados às necessidades do mercado”.
Compromisso com o Desenvolvimento Nacional
“Por meio desta parceria, esperamos seguir contribuindo, com ensino, pesquisa, inovação e extensão, para o fortalecimento das capacidades brasileiras na área de Guerra Eletrônica, impulsionando ainda mais o progresso do país”.
A colaboração entre a Atech, ITA e DCTA representa uma sinergia entre governo, indústria e academia — modelo que tem se mostrado eficaz em países que lideram o setor de Defesa. Ao investir em tecnologias autônomas e inovadoras, o Brasil reforça sua soberania e capacidade de atuação em ambientes complexos e contestados, onde o domínio do espectro eletromagnético é cada vez mais decisivo.
Editorial Defesa TV