tendências e iniciativas em prevenção de fraudes

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O Brasil segue sendo o principal alvo de ataques hackers no continente e um dos principais no panorama global. O país sofreu 357.422 ataques no segundo semestre de 2023, ante 328.326 no primeiro semestre do ano passado — um aumento de 8,86%. Os dados são do Relatório de Inteligência de Ameaças da NetScout.

Pensando nisso, 28 de janeiro marca o Dia Internacional da Proteção de Dados. A data foi escolhida para homenagear o dia da assinatura do primeiro − e único − tratado internacional sobre o tema, além de conscientizar a sociedade sobre a segurança da informação em diferentes esferas.

Para agregar com o tema, especialistas de empresas brasileiras apontam tendências e iniciativas em prevenção de fraudes virtuais:

  • Prevenção de fraudes digitais em e-commerces e marketplaces

As tendências emergentes para 2025, de acordo com Thiago Bertacchini, Head de Vendas da Mangopay, empresa de solução de prevenção a fraudes digitais, indicam alguns tipos de fraudes e ataques cibernéticos que devem ganhar relevância em 2025:

Fraudes baseadas em IA Generativa: O uso de ferramentas como ChatGPT – ou até o FraudGPT, para criminosos mais sofisticados – para criar comunicações fraudulentas altamente convincentes, além de deepfakes usados em fraudes financeiras e de identidade.

Ataques a carteiras digitais e sistemas de pagamento: Com o crescimento das carteiras digitais, estas se tornam alvos preferenciais. Técnicas como phishing e engenharia social sofisticada continuarão explorando falhas no comportamento humano para obtenção de credenciais de acesso e efetivação de golpes.

Ransomware mais avançado: Ataques com foco em extorsão, bloqueando sistemas e dados críticos das empresas, se tornarão mais direcionados e personalizados.

Golpes no comércio eletrônico e marketplaces: Fraudadores utilizarão técnicas como compras simuladas e manipulação de avaliações para enganar consumidores e empresas.

Para enfrentar essas ameaças, algumas estratégias tecnológicas são fundamentais: implementação de modelos de IA preditiva, para antecipar padrões de comportamento anômalos; tokenização e criptografia avançada, para proteger dados em trânsito e armazenados; segurança centrada em APIs, garantindo o monitoramento e teste contínuo para evitar vulnerabilidades, e zero Trust Architecture (ZTA), um modelo que assume a inexistência de confiança dentro e fora da rede, exigindo verificação rigorosa de cada solicitação de acesso.

  • Prevenção de fraudes em pagamentos digitais

Com o avanço dos pagamentos digitais, os golpes financeiros têm se tornado cada vez mais frequentes. Segundo um estudo da ACI Worldwide, o Brasil lidera o ranking global de fraudes no setor e, em 2023, registrou perdas de R$ 2,2 bilhões. Projeções indicam que esses golpes podem crescer cinco vezes até 2028, ultrapassando R$ 11 bilhões em prejuízos. Essa preocupação reflete tendências globais destacadas pela National Retail Federation (NRF), maior associação de comércio varejista do mundo, que apontou a intensificação da luta contra fraudes e crimes digitais como prioridade para varejistas em 2025, dada a importância de proteger operações e consumidores.

Uma pesquisa da Cielo revelou que 85% dos varejistas brasileiros já enfrentaram ou conhecem tentativas de golpe, destacando a urgência de medidas mais robustas. Nesse contexto, Patrícia Passos, Head de Riscos e Compliance da Cielo, reforça que investir em prevenção é indispensável: “A proteção contra fraudes é uma batalha constante. Empresas que investem em segurança reduzem perdas, aumentam vendas e alcançam melhores resultados”, afirma a executiva. “Além disso, protocolos como criptografia, tokens e verificação de identidade tornam-se indispensáveis para assegurar uma experiência segura e fluida para clientes e lojistas”.

  • Tokenização garante maior segurança contra fraudes nos investimentos

Nos últimos anos, a tokenização vem ganhando destaque no mercado financeiro, promovendo a criação de soluções inovadoras, democratizando investimentos antes restritos a investidores institucionais — como o ativo judicial — e oferecendo melhor liquidez. “Além, claro, da segurança e transparência que o ecossistema no qual os tokens estão inseridos, a blockchain”, pontua Eduardo Gouvêa, fundador e presidente do Conselho Deliberativo da Droom Investimentos.

O executivo explica que a tecnologia blockchain é totalmente criptografada e rastreável, mitigando ações fraudulentas. “Seu livro-razão tem todos os registros e distribuições, garantindo auditoria das transações realizadas. Outra característica da blockchain é a imutabilidade dos dados. Uma vez inseridos, não é possível modificá-los. Essas propriedadesinovadoras, agregam valor e deixam em evidência a segurança em investimentos tokenizados”, finaliza.

  • Privacidade e segurança no meio das finanças e fintechs

No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), representa um marco significativo, ao garantir o direito à privacidade e à proteção de dados pessoais de todos os cidadãos. Complementando essa estrutura, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) tem desempenhado um papel essencial ao fiscalizar, regulamentar e orientar as práticas no país. Apesar de recentes, a LGPD e a ANPD já trazem impactos profundos na forma como as empresas brasileiras operam. Organizações comprometidas com seus clientes e parceiros vêm se adequando não apenas para atender às exigências legais, mas também para garantir uma relação de confiança e transparência.

“Essa transição é um caminho sem volta, e empresas que colocam a proteção de dados como prioridade demonstram que estão alinhadas às expectativas de uma sociedade cada vez mais consciente sobre o tema. No PilotIn, fintech que ajuda os brasileiros a se tornarem pilotos das suas vidas financeiras, a privacidade e a segurança de dados são pilares essenciais desde a concepção da startup”, afirma Ellen Cristina Gouveia, cofundadora e CTO do PilotIn.

“Em um cenário onde a troca de informações é constante, a proteção de dados deixou de ser apenas uma questão técnica e passou a ser um compromisso ético com os usuários. Percebemos que, principalmente na área de finanças, em que as pessoas são muito mais cuidadosas e receosas, a confiança passa a ser o ativo mais valioso. No Pilotin, ela começa com a segurança e a transparência na gestão de dados”, completa Ana Gabriela Seincman, cofundadora e COO do PilotIn.


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Fonte: DCIBER

Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano militar e ex-integrante de unidades especiais, com sólida atuação na cobertura de atividades das Forças Armadas brasileiras. Possui formação complementar em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares, realizados pelo Exército Brasileiro em diferentes biomas, além de capacitações no COPPAZNAV (Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltadas à cobertura em áreas de conflito. Atualmente aplica seus conhecimentos técnicos na produção de conteúdos jornalísticos realistas e acessíveis sobre o ambiente operacional das tropas, contribuindo para a valorização e compreensão da importância das Forças Armadas pelo público civil. Em 2011, deixou os registros de lado para atuar diretamente no desastre da Região Serrana do RJ, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro-RJ. Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e Defesa em Foco, é responsável por reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional.

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