Brasília (DF) – Neste 29 de maio, o Exército Brasileiro se une à comunidade internacional para celebrar o Dia Internacional dos Peacekeepers das Nações Unidas, data criada para homenagear os militares, policiais e civis que servem — ou já serviram — em missões de paz ao redor do mundo. É também um momento de reverência à bravura dos militares brasileiros, que ao longo de mais de sete décadas, têm representado o país com honra em cenários complexos, muitas vezes hostis, sob a emblemática bandeira azul da ONU.
Uma história de compromisso desde 1947
Haiti: um marco na atuação brasileira
Entre as missões mais emblemáticas, destaca-se a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), liderada pelo Brasil entre 2004 e 2017. Durante mais de uma década, as tropas brasileiras desempenharam papel decisivo na restauração da ordem, na reconstrução institucional e na proteção dos civis em um dos contextos mais desafiadores da América Latina recente.
Sacrifício e heroísmo
A busca pela paz, no entanto, tem um custo. O Exército Brasileiro registra a perda de 16 militares em serviço e dezenas de feridos em áreas de alto risco. Esses heróis são lembrados com respeito e gratidão — suas vidas e legados se tornam faróis para as gerações que seguem com a missão de construir a paz global.
Atuação atual em múltiplos teatros de operações
O Brasil mantém presença ativa em diversas missões em andamento. Destaque para a MONUSCO, na República Democrática do Congo, atualmente comandada pelo General de Divisão Ulisses de Mesquita Gomes, com cerca de 14 mil peacekeepers na região.
Além disso, o Exército Brasileiro possui efetivos na Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), e em operações na República Centro-Africana, Sudão do Sul e Saara Ocidental. Nesses contextos, os militares brasileiros atuam como observadores, assessores ou no comando de operações, levando sua experiência, profissionalismo e neutralidade na mediação de conflitos e no apoio humanitário.
O General de Brigada Ricardo Luiz da Cunha Rabêlo, do Comando de Operações Terrestres, destacou:
“Temos 66 militares participando de operações de paz. O Brasil está presente em sete das 11 operações em curso sob a égide das Nações Unidas.”
CCOPAB: excelência na formação de soldados da paz
A expertise brasileira em missões internacionais também é cultivada no território nacional. O Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), no Rio de Janeiro, é referência internacional na capacitação de militares, policiais e civis para atuar em missões sob os padrões da ONU. Essa base de conhecimento contribui diretamente para o sucesso e reconhecimento da tropa brasileira no cenário global.
Um legado de liderança e projeção internacional
Com mais de 45 mil militares enviados a 42 das 71 missões da ONU, o Brasil se consolida como um dos principais países fornecedores de tropas no Hemisfério Sul. Essa trajetória fortalece a imagem do país como uma nação pacífica, comprometida com os valores da solidariedade, da defesa dos direitos humanos e do diálogo como instrumento de resolução de conflitos.
“Desde a criação da ONU, o Brasil tem desempenhado um papel de liderança em diversas missões”, reforçou o General Rabêlo.
Uma homenagem que transcende fronteiras
Neste 29 de maio, o Exército Brasileiro presta sua homenagem a todos os seus integrantes que, com coragem, profissionalismo e espírito de sacrifício, levaram — e continuam levando — o nome do Brasil aos mais diversos cantos do mundo, com a missão de promover estabilidade, segurança e dignidade humana.
A memória dos que tombaram, e o exemplo daqueles que seguem atuando com bravura, inspiram as futuras gerações de soldados da paz. Que o compromisso e a luz dos capacetes azuis brasileiros sigam guiando um mundo mais unido, seguro e justo.
Editorial Defesa TV