Um ação interagências realizada entre a Marinha do Brasil (MB), a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Polícia Federal (PF) resultou, no dia 31 de maio, na apreensão de uma embarcação semissubmersível, no município de Chaves, localizado no Arquipélago do Marajó, no Pará. Segundo a PF, a embarcação seria utilizada por traficantes internacionais de drogas.
Rebocado pelo Navio-Patrulha “Guarujá”, o semissubmersível chegou nesta sexta-feira (6) à Base Naval de Val de Cães, em Belém (PA), onde será periciada para permitir o avanço das investigações.
“Pelas características da embarcação, tudo indica que ela seria usada no transporte de cocaína, do Brasil para a Europa ou para a costa norte da África”, avalia Fernando Casarin, Delegado Regional de Polícia Judiciária da Polícia Federal no Pará.
Durante a operação, um homem, morador da propriedade onde a embarcação foi encontrada, foi preso por porte ilegal de arma de fogo. Não foram encontradas drogas no interior da embarcação.
De acordo com o Comandante do Grupamento de Patrulha Naval do Norte, Capitão de Mar e Guerra Guilherme Barros Moreira, embarcações semissubmersíveis são objetos de difícil detecção no mar por radares de aviões ou navios.
“A embarcação tem cerca de 18 metros de comprimento e pesa aproximadamente 25 toneladas. O que a caracteriza como uma embarcação semissubmersível é o fato de ter um motor, com descarga para a superfície. É uma embarcação rudimentar, com poucos equipamentos em seu interior, basicamente, somente um equipamento de propulsão”, afirma o Capitão de Mar e Guerra Barros.
A identificação do semissubmersível em Chaves (PA) foi possível devido ao emprego de aeronaves R9 da FAB, com sistemas combinados com imagens de satélite. As investigações da PF buscam identificar a origem da embarcação.
Histórico de apreensões
Em fevereiro do ano passado, uma embarcação com características semelhantes foi encontrada por pescadores em São Caetano de Odivelas, no nordeste do Pará.
Em março deste ano, cinco homens foram presos enquanto transportavam seis toneladas de entorpecentes em uma embarcação semissubmersível, no Oceano Atlântico, a quase mil quilômetros do Arquipélago de Açores, em Portugal. Na ocasião, a prisão de cinco tripulantes, dentre os quais três brasileiros, todos paraenses, foi possível graças ao intercâmbio de informações entre a PF, a Polícia Judiciária de Portugal e a Drug Enforcement Administration (DEA), dos Estados Unidos.
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