A França anunciou a construção de uma prisão de segurança máxima na Guiana Francesa, destinada a isolar traficantes de drogas e extremistas islâmicos. O projeto, avaliado em €400 milhões, visa fortalecer o combate ao crime organizado e à radicalização.
Localização Estratégica
A unidade será construída em Saint-Laurent-du-Maroni, região noroeste da Guiana Francesa, próxima à fronteira com o Suriname. Essa localização é estratégica, pois a Guiana Francesa é um ponto de trânsito significativo para o tráfico de cocaína sul-americana rumo à Europa. Estima-se que até 20% da cocaína que chega à França transite por esse território.
Estrutura e Capacidade
A prisão terá capacidade para 500 detentos, incluindo uma ala de segurança máxima com 60 vagas, das quais 15 serão destinadas a extremistas islâmicos condenados por terrorismo. O regime carcerário será extremamente rigoroso, com vigilância eletrônica 24 horas, isolamento severo e uso de bloqueadores de celulares e drones para impedir comunicações externas.
Objetivos do Projeto
O principal objetivo é impedir que líderes do crime organizado e extremistas continuem a coordenar atividades criminosas de dentro das prisões. A distância do território continental francês dificultará o contato desses detentos com suas redes criminosas. Além disso, a nova unidade ajudará a aliviar a superlotação nas prisões locais, como a de Rémire-Montjoly, que operava com uma densidade carcerária de 134,7% até junho do ano passado.
Reações Locais
A decisão do governo francês gerou críticas entre autoridades e moradores da Guiana Francesa. Jean-Paul Fereira, presidente da Coletividade Territorial, classificou o projeto como desrespeitoso e uma regressão colonial, destacando que a região já possui um histórico doloroso relacionado à antiga colônia penal da Ilha do Diabo. Ele também criticou a falta de consulta prévia à população local.
Contexto de Segurança
A iniciativa ocorre em meio a uma onda de ataques coordenados contra o sistema prisional francês, atribuídos a grupos ligados ao tráfico de drogas. Esses incidentes incluem tiroteios e incêndios em prisões e residências de agentes penitenciários. O governo francês respondeu com medidas mais rigorosas, incluindo a criação de novas unidades de segurança máxima e o endurecimento das condições de detenção para traficantes e extremistas.
Editorial Defesa TV