Comando da Divisão Ribeirinha integra ações de combate ao crime durante a Operação “Ágata Amazônia 2025”

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Durante a realização da Operação “Ágata Amazônia 2025”, o recém-criado Comando da Divisão Ribeirinha (ComDivRib) da Marinha do Brasil, ao integrar a Força Conjunta Componente da Operação, passou por um verdadeiro “batismo de fogo” e assumiu a importante tarefa de compor as ações de patrulha e fiscalização naval, inteligência, planejamento, entre outras, contribuindo assim com o esforço de coordenação para o emprego das tropas, materiais e dos meios navais disponíveis.

Durante a Operação, o ComDivRib alcançou os expressivos resultados de 26 dragas ilegais destruídas e apresamento de uma lancha que prestava apoio logístico ao garimpo ilegal. Além disso, foram apreendidos os seguintes materiais: 231 g de ouro, 220 kg de entorpecentes, 14 armas de fogo, 224 munições, 6,2 kg de mercúrio, sete antenas Starlink e R$ 30.100,00 em espécie.

Como resultado dessas apreensões, estima-se um prejuízo tangível de R$ 70 milhões às organizações criminosas, número que pode chegar a R$ 150 milhões ao se somar prejuízos intangíveis, que seriam os “lucros cessantes” do período que outras dragas deixaram de operar durante os 30 dias de ações críticas da Operação. Acredita-se que, com a neutralização das dragas, aproximadamente 370 hectares de floresta foram preservados e quantidade significativa de rios amazônicos deixaram de ser contaminados pelo agente tóxico mercúrio que deixou de ser lançado nesses rios.

A participação do ComDivRib na Operação constituiu a primeira oportunidade de aplicação prática da nova organização da Força de Fuzileiros da Esquadra para emprego em operações ribeirinhas. É importante destacar que a Operação “Ágata” acontece desde 2011 e tem por tarefa principal atuar nas regiões de fronteira do País, reprimindo e inibindo crimes, assegurando a soberania nacional, dissuadindo ameaças e levando segurança aos brasileiros, bem como a realização de Ações de Assistência Hospitalar (ASSHOP) e Cívico-Social (ACiSo) junto às populações ribeirinhas e aos povos originários.

“As ações executadas pelo ComDivRib abrangeram os quatro campos de atuação do Poder Naval: defesa naval, ao contribuir com o poder de dissuasão; apoio ao Estado, ao contribuir com o combate a ilícitos; segurança marítima, ao contribuir com a segurança do tráfego aquaviário; e diplomacia naval, ao contribuir para cooperação entre as Marinhas do Brasil e as Armadas das Repúblicas do Peru e da Colômbia”, explica o Comandante da Divisão Ribeirinha, Contra-Almirante (Fuzileiro Naval) Dirlei Donizete Côdo.

As ações conjuntas tiveram a participação de diversas outras agências e de forças de segurança pública, e foram executadas durante os meses de abril, maio e junho, sob a égide do Ministério da Defesa. A Operação abrangeu um Teatro de Operações de aproximadamente 500.000 km², equivalente ao território da Espanha, e teve como Comandante Conjunto da Operação o Vice Almirante João Alberto de Araújo Lampert, Comandante do 9º Distrito Naval.

“Entendemos a importância da atuação da Marinha do Brasil (MB) nos ambientes ribeirinhos, sejam nos rios da Amazônia e do Pantanal, nos lagos de Itaipu (PR) e de Furnas (MG) ou qualquer região onde prevaleça o esforço principal em rios e lagos. Além disso, é importante reconhecer que as forças já posicionadas no local da crise ou conflito, neste caso as Forças Distritais, foram as primeiras a enfrentar as diversas ameaças presentes. Portanto, os ótimos resultados alcançados na Operação ‘Ágata’ deste ano mostram que essa reestruturação foi positiva e contribuiu sobremaneira para garantir nossa soberania nacional e aumentar a segurança da população brasileira na região de fronteira”, afirma o Almirante Dirlei.

Comando da Divisão Ribeirinha

Por meio da Portaria nº 107/2025 MB de 3 de abril de 2025, o Comando da Tropa de Desembarque teve sua denominação alterada para Comando da Divisão Ribeirinha (ComDivRib), bem como, o posto de seu Comandante que passou a ser de Contra-Almirante (FN), acumulando com a função de Chefe do Estado-Maior do Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra (ComFFE), mantendo sua subordinação direta a este Comando.

Essa mudança, que tem como um de seus propósitos aprimorar a atuação da FFE no ambiente ribeirinho, em apoio aos Distritos Navais, é decorrente dos estudos promovidos durante o IV Simpósio do Corpo de Fuzileiros Navais. Esse evento é normalmente realizado a cada oito anos, no qual são discutidos os rumos dos Fuzileiros Navais, considerando as orientações da alta administração naval, as lições aprendidas e os cenários futuros.

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Fonte: Agência Marinha

Autor

  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano militar e ex-integrante de unidades especiais, com sólida atuação na cobertura de atividades das Forças Armadas brasileiras. Possui formação complementar em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares, realizados pelo Exército Brasileiro em diferentes biomas, além de capacitações no COPPAZNAV (Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltadas à cobertura em áreas de conflito. Atualmente aplica seus conhecimentos técnicos na produção de conteúdos jornalísticos realistas e acessíveis sobre o ambiente operacional das tropas, contribuindo para a valorização e compreensão da importância das Forças Armadas pelo público civil. Em 2011, deixou os registros de lado para atuar diretamente no desastre da Região Serrana do RJ, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro-RJ. Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e Defesa em Foco, é responsável por reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional.

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